Um pastor, que também é professor, é suspeito de abusar
sexualmente de mais de dez adolescentes no bairro do Ibura, na Zona Sul do
Recife. Os primeiros relatos contra o homem de 36 anos ocorreram há quatro
meses. O homem se dizia estudante de medicina.
De acordo com familiares das vítimas, o suspeito dava aulas
em um curso e se aproveitava da proximidade com as alunas para abusar delas. A
genitora de uma das vítimas, que não quis se identificar, disse que a
adolescente de 16 anos foi assediada em agosto deste ano. Foi a partir do
relato da garota que outras investidas criminosas foram descobertas.
“Minha filha me procurou pedindo para que eu a retirasse do
curso e quando perguntei qual seria o motivo. Com isso, ela me contou que, no
curso, ele disse que faria um exame para curar a asma dela. Ele a vendou e
pediu para que ela levantasse a blusa e o sutiã”, relatou a mãe. O homem
afirmava que não ficaria na sala durante o procedimento e que faria o exame por
meio de um controle remoto.
Incomodada com a situação, a garota teria tirado a venda e,
pouco tempo depois, o suspeito afirmou que o procedimento não teria dado certo
porque ela havia mexido na venda. Foi nesse momento, que a vítima percebeu que
estava sendo observada pelo professor.
“Ele dizia que a venda era para proteger os olhos, que poderiam ser afetados durante o exame. Antes dele falar que iria fazer o procedimento em mim, eu fiz nele, por meio de instruções que ele passou”, contou a adolescente.
Exame para melhorar a inteligência
Com a denúncia, o homem, conhecido por várias pessoas na
localidade por pastorear a igreja e dar aulas no curso, começou a ser apontado
como abusador pelos moradores. Diante disso, uma fiel, que frequentava os
cultos e havia colocado a filha no mesmo curso, resolveu indagar a garota sobre
os atos no homem no local. Nesse momento, a adolescente revelou também ser
vítima do suspeito.
“Sentei com a minha filha em um domingo e perguntei se havia
ocorrido algo. Nesse momento ela começou a chorar e contou o que ocorreu com
ela. Ele utilizou a desculpa de utilizar um aparelho que iria melhorar a
inteligência dela e, com isso, ela poderia estudar em uma escola técnica e ter
uma oportunidade de vida melhor”, declarou a mãe, que também não quis ser
identificada.
Ainda de acordo com a mulher, o homem não levantava suspeitas
sobre sua verdadeira conduta. “Iria fazer dois anos que a gente frequentava a
igreja e eu tinha confiança por ele ser uma pessoa religiosa. Jamais iria
perceber algo”, desabafou a genitora.
A Polícia Civil concluiu o inquérito que investiga o suspeito
e entregou a denúncia ao Ministério Público. Fe acordo com familiares das
vítimas, o homem está solto.
Do Estação Notícias / Agreste Violento