O presidente Jair Bolsonaro disse que, se
dependesse dele, não haveria carnaval ano que vem. A declaração foi
dada em entrevista dada à Rádio Sociedade da Bahia, após pergunta sobre a nova
onda de Covid-19 na Europa e restrições impostas por alguns países
como forma de frear o avanço da doença. Por outro lado, ele afirmou ser contra
a aplicação de medidas restritivas no Brasil em razão da economia.
A entrevistadora perguntou como ele via as medidas impostas
na Europa e se era favorável à realização do carnaval. Bolsonaro respondeu:
"Por mim não teria carnaval. Só que tem um detalhe:
quem decide não sou eu. Segundo o Supremo Tribunal Federal, quem decide
são os governadores e os prefeitos. Não quero aprofundar nessa que poderia ser
uma nova polêmica.
Ele fez uma referência à decisão do STF que deu
autonomia a estados e municípios para tomar medidas de combate à pandemia,
embora sem isentar o governo federal de responsabilidades. Bolsonaro, notório
opositor das medidas de restrição, culpou governadores e prefeitos pelas mortes
da pandemia, citando o carnaval de 2020, que não foi cancelado.
"Em fevereiro do ano passado, ainda estava engatinhando
a questão da pandemia, pouco se sabia, praticamente não havia óbitos no Brasil,
eu declarei emergência, e os governadores e prefeitos ignoraram, fizeram o
carnaval. As consequências vieram. Chegamos a 600 mil óbitos. E alguns
tentaram imputar a mim essa responsabilidade. Não tenho culpa disso. Não estou
esquivando, nem apontando outras pessoas. É uma realidade, é uma verdade. Todo
o trabalho de combate à pandemia coube aos prefeitos e aos governadores. O que
coube a mim? Mandar recursos" disse Bolsonaro.
Sobre as restrições na Europa, o presidente disse:
"Estou vendo que alguns países da Europa estão
retomando sim medidas de lockdown. Se tiver outro lockdown no Brasil,
em estados e municípios, vai quebrar de vez a economia. Esse é a nossa
preocupação".
Do Estação Notícias