quarta-feira, 16 de junho de 2021

Estudo genético identifica predominância da variante gama no Agreste de Pernambuco

Após uma rodada de sequenciamento genético de amostras de pacientes com resultado positivo para a Covid-19 mostrar que a variante gama (P.1) estava predominando em Pernambuco, sobretudo na Região Metropolitana do Recife (RMR), novos resultados apontaram que ela é a principal cepa do coronavírus também no Agreste.
Com a aceleração exponencial de casos da Covid-19 nessa região, durante o mês de maio, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) levantou a hipótese da circulação de novas variantes. Por isso, costurou com laboratórios parceiros uma investigação mais detalhada.

Nesta terça-feira (15), os resultados da análise das coletas de 96 pacientes residentes em municípios do Agreste e da Zona da Mata, feita pelo Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA/UFPE), apontaram que mais da metade dos exames (56,25% | 54 amostras) apresentaram a cepa P.1, relatada primeiramente no Amazonas. 

Em seguida, aparecem a B.1.1 (19,7% | 19 amostras) e a B.1.1.406 (10,4% | 10 amostras). Dentro dos esforços da SES-PE para qualificar a vigilância genômica da Covid-19 no território pernambucano, um novo sequenciamento genético já está programado para os próximos dias. 

Em quase todos os municípios do Agreste incluídos no levantamento foi detectada a variante gama nos genomas analisados. Do total de exames com essa cepa identificada, 20% das amostras eram de pacientes residentes em Garanhuns; 15% de moradores de Caruaru; 6% do município de Cumaru; e 2% cada de pacientes residentes em Agrestina e Bom Jardim. 

Apenas o município de Cachoeirinha não teve a presença da P.1 detectada em suas amostras biológicas. Já 7% dos genomas positivos para a P.1 foram de amostras biológicas de pacientes residentes no município de Paudalho, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. 

"Esta força-tarefa realizada pelo Estado em parceria com as instituições científicas é fundamental para compreender o cenário epidemiológico da Covid-19 em Pernambuco. A detecção da variante P.1 em grande parte das últimas amostras analisadas pode estar relacionada, por exemplo, com a maior circulação de pessoas nos últimos meses do ano de 2020 e início de 2021, principalmente no período que antecedeu a fase de aceleração da pandemia no Agreste do Estado", avaliou o secretário estadual de Saúde, André Longo. 

Continuaremos reforçando, nos próximos dias, a vigilância genômica do vírus. Mas é importante lembrar que, para frear a circulação dessas cepas, é essencial que a população também faça a sua parte, mantendo os cuidados necessários: o uso correto de máscara, o distanciamento social e a lavagem das mãos", completou.  

Do Estação Notícias / Folha de Pernambuco