Peritos do Instituto de Criminalística (IC) e equipe do
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estiveram no local para
investigar as circunstâncias da morte. Segundo o perito Severino Arruda, a
vítima sofreu uma fratura no crânio e morreu na hora.
"A vítima ia caminhando normalmente na calçada quando o
segmento rochoso desprendeu-se e atingiu a cabeça dela na região interparietal,
que fica entre os dois ossos centrais da parte superior da cabeça, deixando um
afundamento, e fraturando os dois ossos. Ela veio a óbito na hora. Mesmo que
tivesse um socorrista de imediato, ela não teria a menor chance de sobreviver,
pela lesão deixada", relatou o perito.
A área ficou isolada, e o corpo coberto por um lençol
branco na calçada do edifício até ser levado pelo Instituto Médico Legal (IML).
A falta de manutenção do edifício é visível, e há muitas
partes da estrutura faltando. "A gente vê que tem alguns apartamentos com
perda de cerâmica e, às vezes, o gotejamento do ar condicionado pode se
infiltrar e causar o desprendimento de segmentos", disse o perito Arruda.
Uma equipe da Defesa Civil do Recife esteve no local na
tarde desta segunda-feira (8) para realizar uma vistoria no interior da
edificação. De acordo com a gerente geral de engenharia do órgão, Elaine
Hawson, foi possível perceber que o prédio não passou por manutenção na fachada
recentemente. "Todas essas edificações, de três em três anos, precisam
passar por um período manutenção, mas percebe-se que não foi feita manutenção
da fachada. Uma equipe está fazendo a vistoria e vamos elaborar um parecer onde
daremos algumas recomendações que o condomínio vai precisar seguir".
Entre as recomendações básicas que serão dadas pelo
órgão estão a manutenção e a recuperação da fachada, onde foi
observado um desprendimento de revestimento. Elaine ressalta que o órgão realiza
vistorias sob demanda da população. "A defesa civil é demandada, então
qualquer problema que as pessoas observarem podem ligar para o
telefone 0800 081 3400 que vamos encaminhar uma equipe para fazer a
fiscalização. É importante que as pessoas solicitem", afirmou.
O advogado do Edifício São Cristovão, Anderson Lourenço,
afirmou que o condomínio ainda não entrou em contato com os moradores do local.
Segundo ele, ainda não é possível afirmar se o acidente foi causado por conta
do condomínio. "Vamos analisar toda estrutura do condomínio, algo que já
era feito antes do acidente. E verificar junto com as autoridades o que podemos
fazer para evitar qualquer tipo de acidente", comentou.
Anderson disse que o edifício é um prédio antigo, de 40
anos, e que sofre com o efeito da maresia, mas destacou que a manutenção do
local estava em dia. "Manutenção de fachada, manutenção do telhado, tudo
isso acontece de forma preventiva, independente do que
aconteceu". Questionado, o advogado afirmou que não foi observado nenhum
desprendimento de fachada no edifício e que irá seguir as recomendações da
Defesa Civil para evitar novos acidentes. Ele não soube afirmar a data em que a
última manutenção do prédio foi realizada.
Do Estação Notícias / Portal NE10