Sismograma registrou o abalo sísmico de 3.8 de magnitude entre São Caetano e Caruaru (Foto: Divulgação/ LabSis/UFRN) |
Os moradores do Agreste de Pernambuco
vivenciaram, na tarde desta terça-feira (23), o que pode ter sido o pior
terremoto já registrado na região. De acordo com o Laboratório Sismológico da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN), até as 17h, foram
registrados 85 tremores na estação de Caruaru. A maioria foi de intensidade
pequena, mas um dos abalos teve magnitude preliminar estimada em 3.8, às 15h35.
Os especialistas informaram ainda que é
impossível saber como a atividade vai evoluir. Ela pode tanto diminuir ou
aumentar nos próximos dias. O coordenador do LabSis, Anderson Nascimento,
esclareceu que as atividades desta terça-feira começaram a ser observadas pela
manhã. Por volta das 16h30, os equipamentos do laboratório em São Caetano,
Agreste do estado, registraram tremor de 3,8 graus na Escala Richiter.
"Para quem estava próximo ao
epicentro, é possível que objetos tenham arrastado pelo chão. É normal também
que tremores desse grau sejam sentidos na Região Metropolitana do Recife",
disse.
Por causa do episódio, técnicos da UFRN
visitarão São Caetano nesta quarta-feira. O tremor de 3.8 foi o segundo mais
forte na região. Só perde para 2007 quando houve um abalo de 4.0 graus na
escala.
O geólogo Gorki Mariano, professor do
Departamento de Geologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explicou
que fenômenos como esse acontecem por causa do Lineamento Pernambuco, uma falha
geológica que corta o estado paralelamente à BR-232.
"Em Caruaru, que fica próximo a
essa estrutura geológica, vários registros como esse foram registrados
historicamente", afirmou.
Segundo relatos nas redes sociais, o
abalo sísmico mais forte durou aproximadamente três segundos. O epicentro foi
na cidade de São Caetano, mas através do Twitter e do Facebook internautas
informaram sobre tremores registrados também em São Lourenço da Mata, Bonito,
Brejo da Madre de Deus, Camaragibe, Paulista, Limoeiro, Carpina, Salgadinho e
até mesmo no Recife.
O administrador Eduardo Gomes, de 26
anos, estava em reunião no Centro de Caruaru durante o tremor e relata o pânico
que tomou conta da cidade.
"Várias pessoas foram para a rua
também com medo. É recorrente ter tremores por aqui, mas nunca teve algo tão
forte", desabafou.