É regra. Em Pernambuco, carnaval rima com decoração e shows
pagos pelo poder público. As prefeituras são motores desse modelo, um chamariz
para a juventude, mas incapaz de funcionar bem nesta época de crise sem a
retirada de cifras reservadas a áreas essenciais.
O entendimento de quem fiscaliza os municípios não poderia
ser outro diferente ao exigir rigor na destinação dos recursos públicos. Em
Lagoa dos Gatos, no Agreste, o Ministério Público conseguiu suspender, através
de liminar judicial, as festividades programadas para esta semana.
Recomendações neste sentido foram encaminhadas às prefeituras de Goiana e
Tracunhaém, na Mata Norte, Brejo da
Madre de Deus e Jataúba, no Agreste, e Ibimirim e Tabira, no Sertão.
A orientação é para que os municípios evitem envolvimento
direto e indireto em gastos de carnaval enquanto não quitar todos os
compromissos com os credores. Nesses casos, como em qualquer outra cidade
pernambucana, a ação dos promotores deve ser a ponta da lança da fiscalização.
O monitoramento e a denúncia do desrespeito às recomendações também cabem à
população, vitima maior dos equívocos administrativos dos gestores municipais.
Aos críticos da fiscalização, a melhor resposta é “primeiro, a obrigação e
somente depois, a devoção”. A folia fica para depois.