Aline Corrêa, e seu pai Pedro Corrêa |
A comerciante Vera Lúcia Leite Sousa Shiba, dona de uma banca de jornal
em Brasília, disse à Polícia Federal que a partir de 2006 trabalhou no gabinete
do então deputado Pedro Corrêa (PP-PE), mas teve que fechar acordo com o
assessor do parlamentar, Ivan Vernon Gomes Torres Junior – em troca do emprego,
ela repassava ao assessor de Pedro Corrêa metade de seus vencimentos.
A PF suspeita que o destinatário final da fatia do salário da
funcionária era Pedro Corrêa.
Vera Lúcia foi ouvida na sexta feira, 10, quando a PF deflagrou a
Operação ‘A Origem’, a 11.ª fase da Lava Jato, e prendeu três ex-deputados
federais – Pedro Corrêa, Luiz Argôlo (SD-BA) e André Vargas (ex-PT), todos sob
suspeita de terem sido favorecidos em um esquema de propinas em contratos de
publicidade de órgãos públicos.
Ela contou que já havia trabalhado na Câmara dos Deputados no período
entre 2003 a 2014. Disse que “foi levada para a Câmara pelas mãos do deputado
Ronivon Santiago, do Partido Progressista, com quem trabalhou até o momento em
que ele teve seu mandato cassado pela Câmara”.
Ronivon Santiago, deputado pelo PP do Acre, renunciou ao mandato depois
de ter admitido que vendeu seu voto em favor da emenda da reeleição
presidencial na década de 1990. Em 2002 foi eleito novamente, mas três anos
depois perdeu o mandato pela segunda vez.
Vera Lúcia relatou que em 2006 passou a trabalhar com Pedro Corrêa na
Presidência do PP na Câmara. Nessa ocasião, segundo afirma, ela aceitou dividir
seu holerite, ficava com metade do valor e entregava a outra metade para Ivan
Vernon.
Alguns meses depois Vera Lúcia migrou para o gabinete da deputada Aline
Corrêa, filha do ex-deputado que se elegeu em 2006. Mesmo em seu novo emprego,
no gabinete de Aline, ela diz que teve que abrir mão de 50% de seu salário na
Câmara. Vera Lúcia disse ainda que movimentava, por procuração, duas contas da
deputada no Banco do Brasil.
Do Estação Notícias Fonte: Ney Lima