sexta-feira, 25 de julho de 2025

Turista chinês é multado em R$ 10 mil por capturar ave ameaçada de extinção em Fernando de Noronha

Um turista chinês, que não teve o nome divulgado, foi multado em R$ 10 mil, nesta terça-feira (22), por capturar uma ave ameaçada de extinção em Fernando de Noronha. A infração foi constatada pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), que também divulgou a foto do visitante borrada - sem a sua identificação.

A ave é um rabo-de-junco-de-bico-amarelo (Phaethon lepturus) , símbolo do Parque Nacional Marinho. Capturar o animal é considerada uma infração ambiental grave.

O caso aconteceu no domingo (20), na Praia do Cachorro. Pessoas que estavam no local denunciaram o crime, e a Polícia Militar identificou o turista. O ICMBio também foi acionado e assumiu a ocorrência.

Segundo a coordenadora do ICMBio em Noronha, Edineia Correia, o homem estava com a família e só se comunicava em mandarim.

“Conversamos com o filho, que contou que o pai gosta muito de animais e queria mostrar a ave para a família”, disse Edineia.

Os fiscais suspeitam que o turista tenha tirado o animal diretamente do ninho. Edineia Correia afirmou que a vegetação presa à ave indica que ela estava em um ninho. A coordenadora avalia que seria muito difícil capturar esse tipo de pássaro em voo.

O rabo-de-junco-de-bico-amarelo foi devolvido ao habitat natural e acompanhado até conseguir voar novamente.

A multa foi formalizada na manhã desta terça-feira (22), na sede do ICMBio. Segundo a legislação ambiental, a multa por capturar animal ameaçado de extinção é de R$ 5 mil. Como o caso ocorreu em uma Unidade de Conservação, o valor foi dobrado, chegando a R$ 10 mil.

O ICMBio informou que, além da infração administrativa, a conduta também é considerada crime ambiental. O Ministério Público Federal será acionado para avaliar o caso judicialmente.

A coordenadora do projeto Aves de Noronha, Cecília Licarião, comentou o caso. “O turismo atrai pessoas do mundo todo, mas é importante orientar visitantes sobre comportamentos que são comuns em outros países, mas proibidos no Brasil. O visitante precisa entender que há regras a serem respeitadas. Acho que, além da multa, ele deveria contribuir com projetos de conservação”, disse.