 |
| Baixo nível da barragem obriga governo a ampliar envio de carros-pipa e modificar calendário de abastecimento em várias cidades. Foto: Hans Von Manteuffel |
A Barragem de Jucazinho, em Surubim, atingiu um dos níveis mais críticos dos últimos anos: apenas 1,28% de sua capacidade total. A estiagem prolongada e a falta de chuvas na região acenderam o alerta das autoridades, que iniciaram uma mobilização emergencial para evitar o desabastecimento urbano nos municípios dependentes do reservatório.
A situação levou a Compesa, a Defesa Civil de Pernambuco e o Exército a alinharem uma estratégia conjunta para ampliar o envio de carros-pipa aos locais mais afetados. O reforço será destinado principalmente às áreas rurais, permitindo que os caminhões utilizados pelas prefeituras e pela própria Compesa sejam redirecionados para abastecer as zonas urbanas.
A definição da medida ocorreu na quarta-feira (13), durante uma reunião entre os órgãos responsáveis. Ficou acertado que a Defesa Civil Estadual irá articular com os 12 municípios atendidos por Jucazinho para que cada gestão formalize, junto ao Exército, a solicitação de aumento da frota de carros-pipa utilizada na Operação Carro-Pipa. O objetivo é alcançar comunidades remotas, distritos e localidades que já enfrentam escassez mais severa.
Entre os municípios abastecidos pela barragem estão Surubim, Casinhas, Santa Maria do Cambucá, Vertentes, Vertente do Lério, Toritama, Cumaru, Passira, Salgadinho, Riacho das Almas, Sairé, Bezerros e Gravatá.
Segundo o Governo Estadual, toda a articulação será conduzida pela Defesa Civil de Pernambuco em parceria com o Exército, e posteriormente encaminhada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pela operação em nível nacional.
A crise hídrica já provocou mudanças imediatas no calendário de abastecimento. Na terça-feira (4), a Compesa anunciou uma redução da vazão da barragem de 400 para 250 litros por segundo, medida considerada indispensável para preservar o pouco volume restante até que obras estruturantes sejam concluídas.
Com isso, o novo cronograma ficou mais rígido. Passira passa a receber água durante oito dias e ficar 15 sem. Em Cumaru, o fornecimento será de sete dias com água e 15 sem. Riacho das Almas terá cinco dias de abastecimento e 25 sem, mesma alternância aplicada ao município de Bezerros.
As autoridades afirmam que a intenção é ganhar tempo e evitar o esgotamento total do reservatório, enquanto buscam alternativas para garantir o abastecimento das populações afetadas.