Representantes do Conselho Regional de Enfermagem de
Pernambuco (Coren-PE) foram, ainda na noite da segunda-feira (2), ao Hospital
da Restauração verificar como estava a assistência aos pacientes por profissionais
da categoria, após o incidente do início da tarde. Por causa do rompimento de
uma tubulação, parte do gesso do teto no setor de emergência/trauma desabou. O
Conselho também emitiu uma nota oficial sobre o ocorrido.
De acordo com a Chefe do Departamento de Fiscalização do
Coren-PE, Ivana Andrade, a autarquia já tinha relatado, em outras ocasiões, os
mesmos problemas encontrados na fiscalização desta segunda. “Do relatório que
fizemos, destacamos a superlotação em várias áreas, déficit de pessoal e problemas
estruturais que não dão segurança aos pacientes nem para os profissionais
exercerem suas atividades. Quando a equipe chegou à unidade, à noite, os
reparos provisórios foram feitos para dar continuidade à assistência, mas
cobramos a solução definitiva do que já cobrávamos em outras fiscalizações de
rotina”, explicou Ivana.
Os fiscais constataram ainda vários outros pontos de
infiltração, com paredes mofadas; posto de enfermagem sem condições adequadas;
e local de repouso dos profissionais insalubre. No incidente de ontem, ninguém
se feriu, mas expôs ainda mais os problemas recorrentes na maior emergência
pública do Estado.
“O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco exige que o
Governo de Pernambuco tome providências em relação a todos os problemas
listados para não colocar em risco a vida e a integridade dos pacientes e dos
profissionais, que souberam conduzir com maestria a remoção dos pacientes da
área atingida naquela situação complexa”, afirmou o presidente da autarquia,
Gilmar Júnior. “O Departamento Jurídico foi acionado e cobrará as devidas
providências para essas e outras situações desastrosas as quais os
profissionais estão sujeitos diariamente no Hospital da Restauração e na
maioria dos hospitais públicos estaduais”, completou Gilmar.
Além do Coren-PE, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE)
estabeleceu esta terça-feira (03) como prazo final para que explicações sobre o
desabamento de parte do teto da ala de emergência do Hospital da Restauração.