Após dois anos fechado por causa da pandemia da Covid-19, o
maior teatro ao ar livre do mundo, em Brejo da Madre de Deus, no Agreste,
reabriu as portas, em 2022, para a Paixão de Cristo. Neste sábado (16), a TV
Globo exibiu um programa especial com a história que mexe com as emoções e,
pela primeira vez, com a participação do jornalista e apresentador Pedro
Bial.
Bial acompanhou e fez comentários sobre a encenação. “Mais
que assistir, a gente vive a experiência de se transformar, de se transportar
no tempo e no espaço”, afirmou.
Realizada desde 1968, a Paixão leva o nome de Pernambuco
para todos os lugares do planeta. Ao longo desses anos, o espetáculo atraiu
mais de 4 milhões de expectadores, muitos deles turistas de outros estados e do
exterior.
Na cidade, a cada Semana Santa, estima-se que circulam cerca
de 250 mil pessoas durante a temporada.
Desse total, cerca de 60 mil vão assistir ao espetáculo. A
outra parte é atraída pelos shows realizados no entorno da cidade-teatro e pela
feira de artesanato e o pavilhão de alimentação que funcionam próximo ao
evento.
O programa deste sábado está dividido em dois blocos. No
primeiro, em meio a imagens da peça e entrevistas com os artistas, Bial afirma
que “o espetáculo da Paixão de Cristo tem essa rara capacidade de fazer do
espectador testemunha, personagem da história”.
O jornalista e apresentador do Programa Entrevista com
Bial ressalta a frase do Sermão da Montanha: “A nossa alma se exalta
ouvindo algumas das palavras mais lindas da história da literatura”.
Bial também comenta a interpretação dos atores: “O Jesus de
Gabriel Braga Nunes nos desconcerta, propõe a mais subversiva plataforma
política”, e cita uma frase do texto do espetáculo: “amai os vossos inimigos,
fazei o bem aos que vos odeiam".
No segundo bloco, Bial fala sobre personagens históricos
apresentados no decorrer da peça. “ Sabe o que nos incomoda tanto na figura de
Herodes? Ele é humano, se parece demais com a gente, temos que
reconhecer".
O jornalista disse que o ator Luciano Szafir, por trás
da máscara de Herodes, “nos desafia fazendo a profecia certeira: tremei homens,
este é o que vai derrubar as tendas e fazer crescer espinhos no palácio”.
Para Bial, outro personagem de “incômoda familiaridade” e
“humanidade desconcertante” é Poncio Pilatos, o governador romano.
"Sergio Marone faz um Pilatos amargo”, afirma. Sobre
Cristiane Fernandez, que faz o papel de Maria, o jornalista aponta que “ela não
precisa se derramar em grandes gestos pra nos fazer derramar lágrimas”.
Bial também comenta a força do papel de Judas, vivido por
José Barbosa. “Judas vai nos desafiar pra sempre, pois pede o impossível que
está ao alcance das nossas mãos, o perdão”, acrescenta.
Reprodução: g1 / TV Globo