A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu
alertas internacionais relacionados à presença de impurezas conhecidas como
“azido” no insumo farmacêutico ativo (IFA) losartana potássica e em outros
fármacos pertencentes à classe das sartanas, utilizados na fabricação
de remédios para o tratamento de hipertensão arterial, também
conhecida como pressão alta.
De acordo com a Anvisa, a Agência vem adotando uma série de
medidas após a detecção dessas impurezas, mas alerta aos consumidores
brasileiros para não interromperem seus tratamentos.
"Apesar das novas informações sobre a presença dessa
impureza nessa classe de medicamentos, a Anvisa reitera que os medicamentos
contendo ‘sartanas’ são seguros e eficazes no controle do tratamento de
hipertensão e insuficiência cardíaca, reduzindo significativamente o risco de
derrame e infarto”, diz comunicado do órgão.
Desde 2018, a Anvisa e outras agências reguladoras em todo o
mundo ficaram cientes da presença de nitrosaminas acima dos níveis permitidos
em medicamentos da classe das sartanas, e adotaram medidas para o controle
sanitário desse tipo de impureza.
Ações de controle
No Brasil, as ações de controle promovidas pela Anvisa foram
iniciadas com inspeções em 30 empresas fabricantes de medicamentos, nas quais
foram inspecionados 111 produtos. Como resultado, 31 ações sanitárias foram
efetuadas, incluindo interdições, suspensões e recolhimento de medicamentos.
As nitrosaminas são compostos comumente encontrados na água,
em alimentos defumados e grelhados, laticínios e vegetais. A exposição a esses
compostos dentro de limites seguros representa baixo risco de agravos à saúde.
No entanto, acima de níveis aceitáveis e por longo período, a exposição às
nitrosaminas pode aumentar o risco da ocorrência de câncer.
Com isso, a Anvisa notificou os demais detentores de
registro desse medicamento para avaliarem a potencial existência dessa impureza
em seus produtos e aguarda o envio da documentação complementar.
Até o momento, os recolhimentos publicados são uma medida de
precaução, iniciada pelas próprias empresas, pois não existem dados para
sugerir que o produto causou uma mudança na frequência ou natureza dos eventos
adversos relacionados a cânceres, anomalias congênitas ou distúrbios de
fertilidade. Assim, segundo a Anvisa, não há risco imediato em relação ao uso
dessa medicação.
Ainda de acordo com a Anvisa, os pacientes não devem
interromper o tratamento, a menos que tenham sido aconselhados pelo seu médico e
somente devem trocar de medicamento quando já tiverem o novo em mãos, pois a
interrupção do tratamento da hipertensão pode produzir malefícios instantâneos,
inclusive risco de morte por derrame, ataques cardíacos e insuficiência renal.
Do Estação Notícias