sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Polo de Confecções do Agreste: representantes demonstram preocupação com negociação entre o Brasil e países asiáticos

Acordos comerciais entre o Brasil e países asiáticos, como Coreia do Sul, Indonésia e Vietnã, estão preocupando representantes do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco. A negociação pode derrubar a taxa de importação de confecções de 35% para até 0%, o que facilitaria a entrada dos produtos internacionais ao Brasil.

Camilo Brito é síndico do Parque as Feiras de Toritama e afirmou que, caso seja confirmado, o acordo vai impactar negativamente. "Nosso polo depende um olhar dos governos [estadual e federal] para a infraestrutura", justificou.

Para Camilo, se o aeroporto de Caruaru tivesse voos comerciais diretos para São Paulo, se fossem realizadas melhorias nas estradas que cruzam os municípios do Polo de Confecções do Agreste e a duplicação da BR-104 fosse concluída, o setor não sofreria tanto, mesmo diante da possível isenção da taxa de importação. "Isso [os voos e as obras] poderia reduzir nossos custos e melhorar a vinda de clientes, poderia estimular o crescimento", afirmou o síndico.

O g1 também conversou por telefone com Tales Nery, que é membro da diretoria do Moda Center Santa Cruz, em Santa Cruz do Capibaribe. Ele vê com preocupação esse acordo entre o Brasil e os países asiáticos. "Famílias dependem do Polo. Essa negociação poderia impactar na geração de emprego e renda na região", explicou.

"Eu vejo [o acordo] como uma ameaça, mas estamos aguardando da decisão do Governo Federal. Caso o acordo seja fechado, vamos interferir", finalizou Tales.

O ministro do Turismo, Gilson Machado, por meio de um vídeo, afirmou que conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para solicitar que o acordo, caso chegue ao Ministério da Economia, seja vetado.

Do Estação Notícias / g1