Acordos comerciais entre o Brasil e países asiáticos, como
Coreia do Sul, Indonésia e Vietnã, estão preocupando representantes do Polo de
Confecções do Agreste de Pernambuco. A negociação pode derrubar a taxa de
importação de confecções de 35% para até 0%, o que facilitaria a entrada dos
produtos internacionais ao Brasil.
Camilo Brito é síndico do Parque as Feiras de Toritama e
afirmou que, caso seja confirmado, o acordo vai impactar negativamente. "Nosso
polo depende um olhar dos governos [estadual e federal] para a
infraestrutura", justificou.
Para Camilo, se o aeroporto de Caruaru tivesse voos
comerciais diretos para São Paulo, se fossem realizadas melhorias nas estradas
que cruzam os municípios do Polo de Confecções do Agreste e a duplicação da
BR-104 fosse concluída, o setor não sofreria tanto, mesmo diante da possível
isenção da taxa de importação. "Isso [os voos e as obras] poderia reduzir
nossos custos e melhorar a vinda de clientes, poderia estimular o
crescimento", afirmou o síndico.
O g1 também conversou por telefone com Tales Nery,
que é membro da diretoria do Moda Center Santa Cruz, em Santa Cruz do
Capibaribe. Ele vê com preocupação esse acordo entre o Brasil e os países
asiáticos. "Famílias dependem do Polo. Essa negociação poderia impactar na
geração de emprego e renda na região", explicou.
"Eu vejo [o acordo] como uma ameaça, mas estamos
aguardando da decisão do Governo Federal. Caso o acordo seja fechado, vamos
interferir", finalizou Tales.
O ministro do Turismo, Gilson Machado, por meio de um vídeo,
afirmou que conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para solicitar
que o acordo, caso chegue ao Ministério da Economia, seja vetado.
Do Estação Notícias / g1