Após uma série de tentativas de paralisação neste ano,
caminhoneiros junto à frente parlamentar da categoria determinaram na noite
deste sábado (16) que iniciam uma paralisação no dia 1º de novembro caso o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não atenda as demandas do setor.
Os motoristas exigem cumprimento do frete mínimo e nova
política de preços para os combustíveis, que nunca estiveram tão caros no
Brasil.
A definição ocorreu após uma assembleia de motoristas
organizada por três entidades representativas no Rio de Janeiro, incluindo
participantes que lideraram a greve de 2018.
A interlocução com o governo será feira por meio da Frente
Parlamentar do Caminhoneiro Autônomo e Celetista, presidida pelo deputado
federal Nereu Crispim (PSL-RS).
"Nós, caminhoneiros autônomos do Brasil, estamos em
estado de greve", afirmou Crispim em vídeo que já circula em grupos de
motoristas. "Significa dizer ao governo Bolsonaro que o prazo de três anos
que ele teve para desenvolver, desencadear, melhorar a vida do transportador
autônomo não foi cumprido."
A categoria pede que o governo atenda suas reivindicações,
que incluem melhores condições de trabalho, em 15 dias para não iniciar uma
paralisação.
Crispim protocolou um requerimento para abertura de CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a alta dos preços dos
combustíveis pela Petrobras. O pedido foi feito no dia em que a estatal
aumentou em 8,9% o preço do diesel, em setembro. Em 2021, a empresa já elevou a
gasolina em 51%. Diesel e gás de cozinha subiram 38% no ano.
Desde setembro, a CNTTL (Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), o CNTRC (Conselho Nacional do
Transporte Rodoviário de Cargas) e a Abrava (Associação Brasileira de
Condutores de Veículos Automotores ) promoveram encontros nacionais para
definir uma pauta única dos motoristas.
O setor, junto a deputados da frente parlamentar, se descola
da imagem de caminhoneiros que pararam estradas em defesa do presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) e contrárias ao STF (Supremo Tribunal Federal) nos atos
de raiz golpista de 7 de setembro.
Wallace Landim, o Chorão, um dos líderes da greve de 2018 e
que hoje está à frente da Abrava, afirmou nesta semana à coluna Painel que
situação atual é pior que a do ano da paralisação nacional.
Do Estação Notícias / Folha de Pernambuco