O avanço da vacinação no Brasil já enche a indústria da
música de esperança pela possibilidade de controle da pandemia este ano e da
retomada de shows e eventos. No entanto, os rendimentos provenientes dos
direitos autorais em execução pública de música distribuídos pelo Ecad
(Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) nos seis primeiros meses de
2021 mostram que compositores e artistas continuam a sentir o impacto do
Covid-19. De janeiro a junho deste ano, foram distribuídos R$ 399 milhões a 185
mil autores, músicos, intérpretes, editoras e produtores fonográficos, além das
associações de música. Esse valor representa uma queda de 19% em comparação ao
mesmo período do ano passado. Entre janeiro e junho de 2020, a distribuição de
direitos autorais foi de R$ 497 milhões, sendo que os três primeiros meses não
foram impactados pela pandemia.
Alguns segmentos foram mais afetados neste período e
apresentaram queda expressiva de rendimentos. No segmento de Música ao vivo, a
verba destinada aos titulares de música este ano foi 78% menor do que o valor
do mesmo período do ano passado. O segmento de Shows também teve uma queda
significativa e chegou a apresentar 76% a menos do que foi distribuído em 2020.
O cenário também foi negativo para o segmento de Casa de Festas e Diversão com
uma queda de 65%.
Por outro lado, o segmento de streaming de vídeo apresentou
um crescimento no valor distribuído neste primeiro semestre e a classe
artística recebeu 47% a mais do que em 2020. O aumento do consumo digital
durante a pandemia pode ter sido um dos motivos para o crescimento do segmento,
assim como a atuação da gestão coletiva da música no Brasil, formada pelas
associações Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC, além do Ecad,
que intensificou as negociações de acordos e renovação de contratos com
plataformas digitais para licenciar a utilização da música.
“A expectativa é que, com o avanço da vacinação e a
imunização da população, seja possível programar a volta dos shows e dos
eventos para o fim deste ano. Este é um segmento importante para os
compositores e artistas no Brasil e também para a arrecadação e a distribuição
dos direitos autorais”, disse a superintendente executiva do Ecad, Isabel
Amorim.
Do Estação Notícias / Assessoria