sexta-feira, 18 de junho de 2021

Jovem expulso de shopping em Caruaru por usar suástica no braço é apreendido pela Polícia Civil e presta depoimento à Promotoria

O jovem de 17 anos que foi expulso de um shopping em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, por usar uma suástica no braço foi apreendido pela Polícia Civil na quinta-feira (17). O pai do adolescente, que não quis se identificar, disse que repudiou a ação do filho. O uso de símbolos nazistas é crime no Brasil e tem pena de reclusão de um a três anos e multa.
"Infelizmente, ele tem 17 anos, e não sabe da profundidade desse simbolismo, que é a suástica, que é o nazismo, que por trás desse símbolo tem um histórico de ter matado milhões de judeus. Eu peço perdão a todos os judeus e à toda comunidade judaica", pontuou.

Quem gravou o vídeo do adolescente no shopping e prestou boletim de ocorrência foi o influenciador digital Breno Melo. "Eu constatei que realmente era a suástica eu não tive dúvidas, cheguei a ir pra cima dele [do adolescente], pedi pra ele tirar. Ele disse que era de menor e eu chamei a segurança, esperei que chamassem a polícia, que era o procedimento a ser feito, mas não chamaram", contou.
Breno informou que o jovem ficou sob custódia da segurança. "Depois fiquei sabendo que ele tinha sido liberado, que tinha sido expulso do shopping. Eu vim pra delegacia e fiz o BO. Estou feliz porque estão sendo tomadas as providências pelos policiais", ressaltou o influenciador.

O caso foi recebido pelo delegado Ighor Nogueira. "Eu fiquei muito surpreso com o caso apresentado e também lamento pelo jovem aderir esse tipo de conduta tanto tempo depois de uma tragédia como foi o nazismo, o holocausto. Ver esse tipo de desrespeito, de incentivo, nos causa tristeza, nos causa lamento, mesmo partindo de um jovem que muitas vezes não tem todas as convicções formadas", disse o delegado.

Foi instaurado procedimento para apurar o caso e equipamentos eletrônicos foram apreendidos e passarão por perícia.

Ele foi ouvido, na manhã desta sexta-feira (18), pela Promotoria da Infância e Juventude da cidade do Agreste de Pernambuco.

O órgão ministerial informou que o depoimento do jovem foi prestado nas circunstâncias do artigo 179 do Estatuto da Criança de do Adolescente (ECA).

O trecho versa sobre a oitiva de adolescentes após a autuação realizada por auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial. O caso, agora, tramita em segredo de justiça.

Do Estação Notícias / G1