terça-feira, 8 de junho de 2021

Covid-19: Variante de Manaus é confirmada no Agreste, aponta monitoramento da UFPE

Estudo apontou que 26 pessoas apresentaram mutações características da variante 

O primeiro relatório do monitoramento das variantes da Covid-19, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), confirmou a variante brasileira no Agreste do estado. O estudo foi feito após a Prefeitura de Caruaru firmar um convênio com a instituição de ensino. 

De acordo com o documento, foram enviadas ao Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica - Suely Galdino (NUPIT-SG), 48 amostras de swabs de 47 pacientes de Caruaru e um Toritama, todos com sinais clínicos da Covid-19. 

Os pacientes estavam internados em hospitais das cidades, sendo 13 na enfermaria, 25 no semi-intensivo e 10 na UTI. "Desses, 29 amostras foram selecionadas para a realização do sequenciamento, com apoio de pesquisadores do Instituto Aggeu Magalhães", conforme destacou o documento.

"Nos resultados obtidos durante esse primeiro estudo foram possíveis de sequenciar, com eficiência e confiabilidade, 27 amostras, e, dessas, 26 apresentaram mutações características da variante de Manaus, a P.1 (ou variante Gamma, segundo a recente designação proposta pela Organização Mundial de Saúde)", segundo o estudo. 

"A predominância da variante P.1 do SARS-CoV-2 na região do Agreste de Pernambuco é preocupante, em função da presença de mutações que resultam na maior transmissibilidade. Essa variante geralmente provoca quadros mais graves, o que justifica o seu predomínio nos casos avaliados de Caruaru, onde todos os pacientes tinham alterações respiratórias, com demanda de oxigênio", explicou a professora. Michelly Pereira, pesquisadora do NUPIT-SG.

Ainda de acordo com o relatório, estudos indicam uma alta taxa de mortalidade relacionada à infecção da variante P.1, especialmente devido à superlotação das UTIs da região. "É de extrema urgência a ampliação da cobertura de imunização para a região do Agreste para tentar conter o avanço dos casos de contaminação e salvar vidas", finalizou o professor Valdir Balbino, pesquisador do Laboratório de Bioinformática e Biologia Evolutiva (Labbe). 

Do Estação Notícias / G1 Caruaru