Uma moradora do Sítio Bandeira, zona rural de Brejo da
Madre de Deus, no Agreste de Pernambuco, é uma das supercentenárias residentes
no Brasil. Nascida em 5 de março de 1905, Rita Maria da Conceição tem 116 anos,
sendo dois anos mais nova que a pessoa considerada a mais velha do mundo,
a japonesa Kane Tanaka, que nasceu em 2 de janeiro de 1903.
O primeiro registro de nascimento de Dona Rita, como é
conhecida, não foi encontrado no cartório. O filho dela, Pedro José do
Nascimento, de 61 anos, explicou que no momento em que foi solicitada a segunda
via do documento, a idade dela teve que ser estimada com base nos documentos
dos outros moradores da localidade.
Em mais de um século de vida, Dona Rita se casou uma vez e engravidou duas, mas o primeiro filho morreu poucos dias depois do nascimento, sendo Pedro o segundo e único filho vivo da idosa. Após dar à luz o segundo filho, o marido dela a abandonou com o bebê. Neste domingo (9), ela comemorou mais um Dia das Mães com Pedro.
Conheça a história da mulher e mãe mais velha do Brasil:
Relação com o filho e lesão no fêmur
Dona Rita perdeu a capacidade de locomoção após sofrer uma
lesão no fêmur, há 13 anos. Ela também teve a saúde debilitada após ter contraído chikungunya.
Desde então, Pedro toma conta da mãe e disse que ela "já sofreu muito na
vida", relembrando momentos da infância em que a mãe dormia com fome para
mantê-lo alimentado, devido a baixa quantidade de comida que podiam ter. Neste
caso, o alimento era uma xícara de farinha com leite.
''Ela lutou muito para hoje eu estar aqui. Só mãe mesmo,
porque ela deixava de comer e dormia com fome, pois a quantidade de comida que
seria para uma criança, era pra eu e ela. Se repartisse, ela achava que eu
ficaria com fome'', afirmou Pedro sobre a infância com a mãe.
Devido à debilidade, os cuidados do filho junto com a
esposa dele, Josefa Maria do Nascimento, são essenciais para a saúde de Dona
Rita. ''Ele não é ninguém sem a mãe dele. A força que ele tem na vida é a mãe
dele. Se um dia ela se for [morrer], eu não sei o que vai ser da vida de
Pedro'', ressaltou Josefa sobre a relação do marido com a sogra.
Apesar da lesão, ela demonstra carisma e bom humor ao
contar sobre as histórias da vida dela. Quando questionada sobre a sua
longevidade e se ainda tem vontade de viver, Dona Rita afirma querer continuar
vivendo, pois se sente bem onde está.
''Eu quero viver. Eu nem mato, nem roubo e nem insulto. A
gente não se domina, quem nos domina é Jesus'', concluiu Dona Rita.
Do Estação Notícias / G1 Caruaru / Santa Cruz Online