segunda-feira, 10 de maio de 2021

Idosa de 116 anos comemorou Dia das Mães ao lado do filho único em Brejo da Madre de Deus

Uma moradora do Sítio Bandeira, zona rural de Brejo da Madre de Deus, no Agreste de Pernambuco, é uma das supercentenárias residentes no Brasil. Nascida em 5 de março de 1905, Rita Maria da Conceição tem 116 anos, sendo dois anos mais nova que a pessoa considerada a mais velha do mundo, a japonesa Kane Tanaka, que nasceu em 2 de janeiro de 1903.

O primeiro registro de nascimento de Dona Rita, como é conhecida, não foi encontrado no cartório. O filho dela, Pedro José do Nascimento, de 61 anos, explicou que no momento em que foi solicitada a segunda via do documento, a idade dela teve que ser estimada com base nos documentos dos outros moradores da localidade.

Em mais de um século de vida, Dona Rita se casou uma vez e engravidou duas, mas o primeiro filho morreu poucos dias depois do nascimento, sendo Pedro o segundo e único filho vivo da idosa. Após dar à luz o segundo filho, o marido dela a abandonou com o bebê. Neste domingo (9), ela comemorou mais um Dia das Mães com Pedro.

Conheça a história da mulher e mãe mais velha do Brasil:

Relação com o filho e lesão no fêmur

Dona Rita perdeu a capacidade de locomoção após sofrer uma lesão no fêmur, há 13 anos. Ela também teve a saúde debilitada após ter contraído chikungunya. Desde então, Pedro toma conta da mãe e disse que ela "já sofreu muito na vida", relembrando momentos da infância em que a mãe dormia com fome para mantê-lo alimentado, devido a baixa quantidade de comida que podiam ter. Neste caso, o alimento era uma xícara de farinha com leite.

''Ela lutou muito para hoje eu estar aqui. Só mãe mesmo, porque ela deixava de comer e dormia com fome, pois a quantidade de comida que seria para uma criança, era pra eu e ela. Se repartisse, ela achava que eu ficaria com fome'', afirmou Pedro sobre a infância com a mãe.

Devido à debilidade, os cuidados do filho junto com a esposa dele, Josefa Maria do Nascimento, são essenciais para a saúde de Dona Rita. ''Ele não é ninguém sem a mãe dele. A força que ele tem na vida é a mãe dele. Se um dia ela se for [morrer], eu não sei o que vai ser da vida de Pedro'', ressaltou Josefa sobre a relação do marido com a sogra.

Apesar da lesão, ela demonstra carisma e bom humor ao contar sobre as histórias da vida dela. Quando questionada sobre a sua longevidade e se ainda tem vontade de viver, Dona Rita afirma querer continuar vivendo, pois se sente bem onde está.

''Eu quero viver. Eu nem mato, nem roubo e nem insulto. A gente não se domina, quem nos domina é Jesus'', concluiu Dona Rita.

Do Estação Notícias / G1 Caruaru / Santa Cruz Online