No dia 6 de março, Pernambuco celebra a Data
Magna, em homenagem à Revolução Pernambucana, quando o Estado se tornou
uma uma república independente do resto do Brasil colonial por 75 dias.
Desde o ano de 2017 é feriado em todos os 184 municípios em comemoração à data.
Em 2021, as comemorações são um pouco diferentes em virtude
da pandemia da Covid-19. O Estado vive um período crítico, provocado pela alta
taxa de ocupação das UTIs com pacientes em estado grave e, por isso, vive o
feriado da Data Magna sem grande festa e em meio às restrições de funcionamento
de atividades não essenciais.
ENTENDA A HISTÓRIA DA DATA MAGNA DE PERNAMBUCO
Em 2007, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe)
instituiu o dia 6 de março como a Data Magna do Estado em celebração à
Revolução de 1817, conhecida como Revolução Pernambucana ou Revolução dos
padres, pela grande presença de integrantes da igreja católica, que é
considerada pelos historiadores como o primeiro movimento pela Independência do
Brasil.
Além de recordar e celebrar a Revolução Pernambucana, o
feriado também homenageia os heróis que tornaram o movimento
possível. Domingos José Martins, maçon e abolicionista em pleno Brasil
Colônia; Padre João Ribeiro; José de Barros Lima, conhecido como Leão Coroado;
o jurista José Luiz de Mendonça; Cruz Cabugá, Padre Roma, Gervásio Pires,
Antônio Carlos de Andrada e Silva, Vigário Tenório, Caetano Pinto de Miranda
Montenegro, Luís do Rego Barreto, e diversos outros.
"A Revolução Pernambucana foi muito pensada no
Seminário de Olinda, quando muitas ideias iluministas que defendiam os
princípios da liberdade, igualdade e fraternidade estavam circulando na Igreja.
Também teve apoio de setores da maçonaria e de comerciantes que estavam
sufocados com os impostos", explicou o professor e historiador Felipe
Domingues à Rádio Jornal.
A revolução começou a partir da insatisfação da população
com os altos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa. Dentre as medidas
adotadas pela república pernambucana, estavam um governo provisório, com
constituição própria prevendo igualdade para todos num país que tinha sua
economia dependente da escravidão de negros trazidos da África.
Apesar das conquistas, a Coroa conseguiu reprimir o
movimento e matou os principais líderes. "Em 1808 chegaram aproximadamente
15 mil fidalgos portugueses. Quem pagava esse custo, os luxos da corte
portuguesa, em especial, era Pernambuco, já que nosso Estado representava 60%
da economia do país na época. E pouco antes da Revolução de 1817 houve uma
grande seca. Imagine o caldeirão: ideias iluministas, comerciantes sufocados
com impostos, Pernambuco sustentando a corte no Rio de Janeiro e uma grande
seca. Um barril de pólvora prestes a explodir, e explodiu", contou o
pesquisador em entrevista à Rádio Jornal.
Do Estação Notícias / NE10