Cada aparelho custa, em
média, R$ 52 mil e é considerado crucial para pacientes com quadro respiratório
grave; equipamentos devem ser entregues em até 60 dias
À
medida que o mundo busca soluções para impedir o avanço do novo coronavírus, a
solidariedade de 80 empresários de setores como alimento e reciclagem tem feito
a diferença no estado. Esse grupo de industriais, em parceria com o segmento
privado de outros estados, se uniram e compraram 50 respiradores para centros
de saúde locais. A previsão é que os equipamentos cheguem em até 60 dias.
O
presidente da Lorenpet, Marcelo Holanda Guerra, é um dos empresários que
participou da mobilização. Responsável por uma indústria de reciclagem de
garrafas pet, Guerra conta que entrou nessa corrente do bem por acreditar que
essa luta é de todos. “Nosso principal objetivo é salvar vidas. Não há
prioridade e importância maior que a vida nesse momento”, afirma.
Cada
aparelho custa, em média, R$ 52 mil. O equipamento é considerado crucial porque
um dos sintomas da Covid-19 é a dificuldade em respirar, o que exige
intervenção mecânica para preservar a vida do infectado, especialmente em casos
graves.
“Essa
é uma pandemia que se alastra assustadoramente. Por isso, toda e qualquer
medida para combatê-la tem sua importância. A nós, coube dar condições de um
tratamento que, certamente, salvará vidas”, diz Celso Maia Duarte, presidente
da Cipan Alimentos, companhia que produz alimentos derivados do trigo e emprega
700 funcionários. Ele também faz parte do grupo de industriais que contribuiu
para a compra dos aparelhos.
“Sinceramente,
gostaria de ouvir dos hospitais beneficiados que, em virtude de terem
encontrado a cura, não precisaram usar o equipamento. Mas, independentemente
disso, esperamos que seja muito útil para àqueles que precisarem e que salve
muitas vidas”, espera Duarte.
Assim
como os empresários, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) têm
adotado medidas para atender a demanda por equipamentos e insumos de saúde. A
instituição abriu um Edital de Inovação para a Indústria, que prevê, por
exemplo, a recuperação de aparelhos danificados e a aquisição e produção de
materiais essenciais para o enfrentamento da crise, como álcool em gel e
máscaras.
“A
nossa atuação será no suprimento de problemas, como os testes rápidos para a
detecção da doença. No isolamento, ter uma gama ampla desses testes vai ser de
grande importância, bem como a fabricação de ventiladores (respiradores).
Estamos focando em ações do Sistema Indústria que vão ao encontro das
necessidades da sociedade, do país e da indústria brasileira”, afirma o diretor
de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael
Lucchesi, que reforça a importância de “salvar vidas”.
O
edital vai focar em propostas de soluções que tenham aplicação imediata e com
resultados em até 40 dias. Na última quinta-feira (26), foi aberta a segunda
chamada e, até o momento, serão investidos, no total, R$ 30 milhões. As
proposições podem ser realizadas por meio do WhatsApp, no número (61)
99628-7337, ou pelo e-mail [email protected].
A
educação também tem sido aliada nesse período em que milhões de brasileiros
precisam ficar confinados dentro de casa. Por isso, o SENAI abriu vagas
gratuitas em cursos a distância voltados à indústria 4.0, que inclui temas
ligados à tecnologia. Também será possível aprender mais sobre Inteligência
Artificial, com aplicações na indústria, e programação móvel para Internet das
Coisas (IoT). Os cursos têm carga horária de 20 horas e estarão disponíveis até
junho. Para ter acesso aos cursos e às vagas, basta acessar a plataforma Mundo
SENAI e fazer um cadastro simples.
Em
relação aos cuidados com a saúde dentro das fábricas, o setor redobrou as
medidas de prevenção e vigilância para impedir a disseminação do novo
coronavírus entre os trabalhadores, principalmente os que não estão em
isolamento. O SESI lançou uma cartilha online que traz recomendações que vão
desde como identificar casos suspeitos, formas de transmissão e grupos de maior
risco para a Covid-19, até um passo a passo para ajudar empresas a criarem
planos de contingenciamento da doença e a envolverem fornecedores e operadoras
no combate à pandemia.
Do
Estação Notícias / Agencia do Rádio Mais