quinta-feira, 2 de abril de 2020

Denúncia: “Tem muita gente descumprindo o decreto estadual e municipal aqui em Brejo da Madre de Deus, estão abrindo suas lojas e a fiscalização parece que não funciona”, afirma Jaqueline Manicure

Advogado lembra que os comerciantes que descumprirem a medida, podem sofrer punições previstas no Código Penal.

O momento é muito complicado para os comerciantes que tiveram de fechar suas portas por tempo indeterminado devido a pandemia do Covid-19 (novo coronavírus). O decreto do Governo do Estado deixou claro que só podem abrir os comércios de primeira necessidade, e alguns serviços. Durante a vigência do decreto estadual quem descumprir o decreto poderá ser punido.

Mas o problema é que tem muitos comerciantes reclamando da falta de fiscalização para fazer cumprir o decreto, pois tem comerciante descumprindo a lei e estão com meia porta aberta vendendo seus produtos. Isso tem causado muita revolta em vários comerciantes em Brejo da Madre de Deus, no Agreste de Pernambuco, que estão cumprindo a risca as recomendações e o decreto, mas afirmam que não é justo o decreto servir para uns e outros não.

“Minha gente, não estou aqui pra julgar ninguém, mas se o decreto é pra todos porque alguns comerciantes aqui no Brejo estão com um lado da porta aberta? Então se for assim, que seja pra todos porque não tem ninguém melhor que ninguém, fica aqui a minha indignação”, comentou a Jaqueline Manicure.

Outra reclamação pertinente por parte dos comerciantes é que a fiscalização em Brejo da Madre de Deus parece não funcionar. A prefeitura até divulgou contatos da GCM e da Polícia para o cidadão denunciar quem estiver descumprindo o decreto do Governo, mas é difícil conseguir fazer a denúncia e quando conseguem, reclamam que tem gente fazendo vista grossa.

“A impressão que dá é que em Brejo o decreto parece que só vale para uns e outros não, estou cumprindo as orientações, mas tem muita gente que não está nem aí. Vai chegar uma hora que se uns estão fazendo isso, outros irão fazer e vai virar bagunça, ou pode ou não pode”, desabafou um comerciante brejense que solicitou preservar o seu nome.

Uma empreendedora brejense pediu que providencias sejam tomadas.

“Apesar dos prejuízos financeiros que iremos ter durante este período de quarentena estamos dispostos a seguir o que o governo determinou, já que é para o bem de todos, mas ver outros comércios, que não são essenciais funcionando é muito injusto com aqueles que estão cumprindo o decreto. Algo tem que ser feito a respeito, com urgência!”, desabafou.


Código Penal prevê punição para comerciantes que descumprirem quarentena

O gerente do Núcleo de Práticas Jurídicas da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau Recife e Mestre em Direito, Glebson Bezerra comentou sobre o assunto e diz que os comerciantes que descumprirem a medida, podem sofrer punições previstas no Código Penal.

“Devido a pandemia do novo coronavírus, o governo anunciou métodos de combate a transmissão da doença. O fechamento do comércio evita a aglomeração de pessoas, mas afeta diretamente vários setores”, afirma.

“Restaurantes, bares e lanchonetes podem atuar em sistema de entrega. Serviços essenciais, como farmácias e supermercados continuam operando normalmente”, salienta o advogado. “Os comerciantes de outros seguimentos, que descumprirem o decreto, podem ser autuados e multados por equipes da Prefeitura”, alerta Glebson.

Ainda segundo ele, as consequências de um eventual não cumprimento das normas estão previstas no Código Penal. “As penas para o descumprimento da determinação do poder público, estão previstas no artigo 268 do Código Penal. A melhor forma de evitar conflitos é promover a conscientização dos lojistas, influenciando para que o fechamento ocorra naturalmente”, alerta o profissional. “Comerciantes que forem autuados com reincidência podem chegar a perder o alvará de funcionamento”, completa.

Do Estação Notícias