Barragem
que abastece o sítio está 8% da capacidade
O município de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de
Pernambuco, vem sofrendo há meses com a falta de chuvas na região. A crise
hídrica que assola a cidade levou motoristas de caminhão-pipa a protestarem na
última segunda-feira (13). Os pipeiros bloquearam uma das faixas da PE-160 e
denunciaram que estão impossibilitados de retirar água da Barragem do Machado,
localizada na zona rural de Brejo da Madre de Deus, também no Agreste.
De acordo com o prefeito de Brejo, Hilário Paulo, a
retirada de água vai prejudicar o abastecimento do Sítio Bandeiras, localizado
a oito quilômetros do distrito de São Domingos. "A população está se
sentindo prejudicada, porque a barragem entrou no seu volume morto, só tem 8%
da capacidade, e por uma estimativa que a secretaria de Agricultura que o
município fez, se continuasse a mesma retirada da maneira que estava fazendo,
daqui a 27 dias essa água iria acabar", explicou. Segundo o gestor, a
prefeitura cobrou o alvará e está esperando a Companhia Pernambucana de
Saneamento (Compesa) e a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) se
pronunciarem.
Para os pipeiros, a alternativa mais acessível para
abastecer a cidade vizinha é a Barragem do Machado. Outra opção seria a
Barragem do Congo, na Paraíba, mas isto iria deixar a água mais cara em
praticamente o dobro. Para o pipeiro José Henrique, se o valor aumentar, quem
vai sofrer é a população. "Hoje para levar água daqui para Santa Cruz nós
colocamos o óleo [diesel], chega lá, passa para o pessoal a R$ 150",
revelou. O custo subiria para R$ 300.
A comunidade do Sítio Bandeiras tem aproximadamente 2,5 mil
moradores, com baixas condições financeiras. "É o segundo problema
relacionado à água, o primeiro foi com relação à retirada de água também,
secaram o açude e essa população ficou toda desabastecida", disse o
professor Luiz Carlos.
A aposentada Margarida Maria já sofreu por anos com o
problema de abastecimento na comunidade. A retirada exagerada pode trazer o
sofrimento de volta: "Só não passamos sete anos sem água porque tinha uma
cacimba que nós pegávamos".
Do Estação Notícias / NE10 Interior