quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Comunidade rural de Brejo da Madre de Deus sofre com falta de água

Barragem que abastece o sítio está 8% da capacidade

O município de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco, vem sofrendo há meses com a falta de chuvas na região. A crise hídrica que assola a cidade levou motoristas de caminhão-pipa a protestarem na última segunda-feira (13). Os pipeiros bloquearam uma das faixas da PE-160 e denunciaram que estão impossibilitados de retirar água da Barragem do Machado, localizada na zona rural de Brejo da Madre de Deus, também no Agreste.

De acordo com o prefeito de Brejo, Hilário Paulo, a retirada de água vai prejudicar o abastecimento do Sítio Bandeiras, localizado a oito quilômetros do distrito de São Domingos. "A população está se sentindo prejudicada, porque a barragem entrou no seu volume morto, só tem 8% da capacidade, e por uma estimativa que a secretaria de Agricultura que o município fez, se continuasse a mesma retirada da maneira que estava fazendo, daqui a 27 dias essa água iria acabar", explicou. Segundo o gestor, a prefeitura cobrou o alvará e está esperando a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) se pronunciarem.

Para os pipeiros, a alternativa mais acessível para abastecer a cidade vizinha é a Barragem do Machado. Outra opção seria a Barragem do Congo, na Paraíba, mas isto iria deixar a água mais cara em praticamente o dobro. Para o pipeiro José Henrique, se o valor aumentar, quem vai sofrer é a população. "Hoje para levar água daqui para Santa Cruz nós colocamos o óleo [diesel], chega lá, passa para o pessoal a R$ 150", revelou. O custo subiria para R$ 300.
A comunidade do Sítio Bandeiras tem aproximadamente 2,5 mil moradores, com baixas condições financeiras. "É o segundo problema relacionado à água, o primeiro foi com relação à retirada de água também, secaram o açude e essa população ficou toda desabastecida", disse o professor Luiz Carlos.

A aposentada Margarida Maria já sofreu por anos com o problema de abastecimento na comunidade. A retirada exagerada pode trazer o sofrimento de volta: "Só não passamos sete anos sem água porque tinha uma cacimba que nós pegávamos".

Do Estação Notícias / NE10 Interior