“Em horário de descanso o clínico geral atendia até de madrugada a população fazendo pequenas cirurgias”, afirmam colegas e pacientes.
Um dos melhores médicos que prestava serviços na UPA Mestre
Camarão, em Brejo da Madre de Deus, alega que foi demitido após ter reclamado
da falta de medicamentos e ter alertado que se continuasse a escassez de remédios,
iria restringir os atendimentos apenas para urgências, pois devido a
precariedade, não tinha muito o que fazer pelo paciente. A demissão aconteceu
na quarta-feira da semana passada, mas a população brejense só veio perceber nesta
terça-feira (11).
O médico que estamos falando é o clínico geral Dr. Márcio,
que de acordo com informações de pacientes, e de profissionais da saúde, é um
médico humano e trata a todos com muito carinho; um excelente profissional que trabalha em Caruaru no Hospital Mestre Vitalino, na UPA das Rendeiras e na UPA Estadual.
Na UPA do Brejo, Dr. Márcio por várias vezes chegou a tirar dinheiro do próprio
bolso para que o paciente comprasse o medicamento, quando o mesmo não era
ofertado pela rede pública.
Outro ponto bastante positivo do Dr. Márcio, ainda de acordo
com informações fornecidas com exclusividade para a nossa reportagem, é que em
seu horário de descanso durante a noite, o clínico plantonista das terças, atendia
até de madrugada a população, fazendo pequenas cirurgias de retirada de sinais
e cistos.
Nossa reportagem obteve informações de que Dr. Márcio relatou
para colegas de trabalho, que na terça-feira (4,) o médico teria ligado para o
assessor da secretaria de Saúde, Frailan Mota, reclamando da falta de medicamentos,
alertando que ia restringir os atendimentos. Daí então, não gostaram da atitude
do médico, e o demitiram sem dar um motivo plausível para sua demissão,
simplesmente disseram que era pra ele não vir mais para UPA Mestre Camarão.
A demissão deste importante profissional que estava fazendo
das “tripas coração”, abalou a grande maioria dos funcionários da UPA, e
principalmente da população brejense, que lamenta e repudia a demissão do médico.
Questionamos Frailan Mota sobre o caso. O assessor afirmou
que a demissão foi uma decisão da direção médica que não estava satisfeita com
algumas atitudes de Dr. Márcio.
“Dr. Márcio me ligou para dizer que ia restringir os
atendimentos apenas a urgências. Concordei com ele, mas a demissão de Dr.
Márcio não tem nada a ver com isso. Pode ter certeza! Sei muito bem o
profissional que é Dr. Márcio, inclusive a nossa conversa e a nossa relação de
trabalho sempre foi muito boa. A demissão dele aconteceu porque a direção
médica não concordava com algumas atitudes suas, com procedimentos que não eram
para serem feitos na UPA, pois formava fila muito grande e as pessoas ligavam
para a direção médica reclamando. Outro ponto é que ele já não estava muito
satisfeito com Brejo, já que houve redução no valor dos salários dos médicos
para que pudéssemos reabrir a policlínicas de São Domingos, e ele foi contra
isso”, explicou Frailan.
Do Estação Notícias