O deputado estadual e presidente estadual do PSC, André Ferreira,
usou a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (1º), para
anunciar que deu entrada no Ministério Público de Pernambuco em uma ação contra
o Governo do Estado para que ele suspenda o pagamento do cachê do artista
Johnny Hooker. O parlamentar também solicitou da Fundarpe, além da suspensão do
pagamento, “a cópia integral do processo administrativo de contratação do
artista”.
Durante a sua apresentação no Festival de Inverno de
Garanhuns, citando a polêmica envolvendo a peça O Evangelho Segundo Jesus,
Rainha do Céu, o documento apresentado pelo deputado argumenta que "o
cantor agrediu as pessoas e grupos religiosos que se colocaram contra a
encenação da peça, com palavras chulas e incitação ao ódio".
Durante o seu discurso, André condenou o fato de a
Secretaria de Cultura ter tentado politizar o tema, ao desferir críticas ao
prefeito de Garanhuns. “Fico muito triste quando um secretário tenta levar isso
para o lado político. Não é o lado político, senhor Marcelino Granja. O senhor
tem que nos respeitar, nós que somos cristãos”, afirmou o parlamentar,
acrescentando que se o governador não concorda como que foi apresentando no
festival, ele “pecou por omissão”.
Em seu discurso, o deputado considerou uma afronta ao
cristão a manifestação do cantor. “Quando defendemos a nossa fé somos
tachados de fundamentalistas, mas quando um artista chama Jesus de “bicha” é
arte. Isso é um absurdo.”
Na Representação por Ato de Improbidade Administrativa
entregue ao Ministério Público, o deputado lembra que o Governo do Estado
“organizou, produziu, coordenou e custeou com recursos públicos, através da
Secretaria de Cultura e Fundarpe, a 28ª Edição do Festival de Inverno de
Garanhuns”, que teve como tema “Um Viva à Liberdade”.
Entre as atrações contratadas estava a peça teatral O
Evangelho Jesus, a Rainha dos Céus, cujo personagem principal é um transexual.
Em meio a uma série de liminares ora proibindo, ora autorizando a encenação, o
cantor aproveitou o show no palco principal do evento para atacar grupos
religiosos, chegando a classificá-los de “fundamentalistas”.
O cantor Johnny Hooker puxou o coro “Hiii, Hiii, Hiii,
Jesus é travesti”, para em seguida, afirmar: “Eu estou aqui hoje para dizer que
Jesus é travesti, sim! Jesus é transexual, sim! Jesus é bicha, sim!”.
“A repercussão promovida pelo artista Johnny Hooker, com
atos de protesto, custeados com recursos públicos, merecem repreensão,
representação, como ainda medidas administrativas e judiciais, para preservar o
erário público. Não é tolerável que o povo de Pernambuco pague para ser
agredido!!!”, colocou André Ferreira, acrescentando que o artista deveria
colocar as suas posições em modo privado, e não em um evento custeado com
dinheiro público.
O deputado também cobra do Governo do Estado a apuração a
conduta do contratado.
“A instauração de processo administrativo se destina a
apurar as condutas do contratado e, ao final, rescindir a respectiva
contratação por culpa do contratado pela prática de falta de decoro, incitação
ao ódio, perturbação da paz social e agressão à honra e à dignidade de grupos
religioso”, afirma André, em sua representação.
O pedido tem base na Lei da Ação Civil Pública, que
disciplina, no seu artigo primeiro, que “regem-se pelas disposições desta Lei,
sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e
patrimoniais causados: (...) à honra e à dignidade de
grupos raciais, étnicos ou religiosos”.
Do
Estação Notícias / Assessoria