Procurador
da república ouviu em Caruaru representantes da empresa responsável pela obra,
o procurador do município de Brejo e o vereador que fez a denúncia
O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação
para apurar a aplicação de recursos para a construção de uma escola no Sítio
Tambor. A obra está parada desde meados de 2016. As denúncias sobre a má
aplicação de recursos foi feita pelo vereador oposicionista, Jobson Barros, em
setembro deste ano.
Enquanto as obras estão paralisadas, os alunos estudam em garagens alugadas a correligionários do grupo que apoia o prefeito
Ontem, segunda-feira (06), o procurador da república,
Luiz Antônio Miranda Amorim Silva, ouviu em Caruaru, representantes da empresa
MAV Consultoria e Serviços, responsável pela obra, o procurador do município de
Brejo, José Mauro da Costa Sousa, e o vereador Jobson Barros.
O MPF entende que a situação narrada na representação do
vereador oposicionista “é grave, a envolver a possível prática de aplicação
irregular de recursos públicos federais (FUNDEB)”.
O procurador identificou que quase R$ 300 mil já teriam
sidos gastos na obra, o que corresponde a mais da metade do orçamento total
contratado, que é de R$ 473.328,82.
Na mesma audiência, o promotor de Justiça Antônio
Rolemberg, que atua em Brejo da Madre de Deus, informou que irá instaurar
inquérito civil com o objetivo de investigar obras de outras unidades que
também estariam paradas no município.
O descaso é total
Ao término da audiência, o procurador solicitou que a
Prefeitura apresente dados sobre as condições de alocação de estudantes e
valores gastos com os contratos de alugueis das garagens utilizadas em
substituição a prédios escolares, além da realização de perícia na obra da
Escola Nossa Senhora do Desterro para comparação com os valores já gastos.
A Prefeitura deverá apresentar também informações sobre a
nova licitação e cronograma para finalização da obra.
O que diz a Prefeitura?
Em recente entrevista, o secretário de Governo, Aelson
Souza, afirmou que a construção da escola foi iniciada em 2015 com recursos
próprios e que o contrato encerrou no final de 2016. Após assumir o cargo, o
prefeito Hilário Paulo teria que fazer um aditivo para continuar a obra, porém,
por falta de recursos nos cofres do município não foi possível realizar.
Aelson Souza finalizou dizendo que a prefeitura planeja
reiniciar a obra até janeiro para que, no inicio das aulas de 2018, a escola já
tenha sido entregue a população da localidade.
Do
Estação Notícias / Ney Lima