Cheia de 2010 trouxe
destruição para várias cidades da Zona da Mata. Não houve tempo para avisar
moradores. Foto: Jorge Araújo/ DP/ DA Press
No próximo inverno, os pernambucanos
devem contar com informações meteorológicas mais precisas, como uma grande
precipitação de chuvas, até duas horas antes do evento. A previsão assertiva
será possível graças à instalação de um radar meteorológico, numa estrada
vicinal do município de Chã Grande, próximo à rodovia estadual PE-71, a 81km do
Recife. O equipamento cobrirá um raio de 300km, a partir do litoral, varrendo a
Zona da Mata e o Agreste do estado. A ordem de serviço foi assinada, ontem,
pelo governador Paulo Câmara. O investimento será de R$ 13 milhões.
“A
instalação da rede de pluviômetro já começa de imediato, seguida da implantação
dos softwares e da capacitação do pessoal. No próximo inverno, estaremos
calibrando os pluviômetros, porque para isso precisamos da ocorrência de
chuvas. O sistema já estará funcionando mas ainda não estará com a sua máxima
eficiência justamente porque precisamos das chuvas”, explica o presidente da
Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), Marcelo Asfora.
Segundo
ele, o radar trará informações precisas da localização das nuvens, velocidade,
calibragem, direção em que as massas de ar estão se deslocando, entre outros
detalhes do sistema meteorológico. Tudo com duas horas de antecedência antes do
evento climático acontecer, sobretudo aqueles que podem causar desastres, como
alagamentos, cheias e deslizamento de barreiras. Também será possível mostrar o
local exato. “Ao invés de informarmos as regiões atingidas, vamos informar os
bairros. Isso nos dá vantagem na hora de prever chuvas mais intensas, para
tomar precauções imediatas”, complementa Asfora.
Com a
instalação do radar em Chã Grande, todo o estado terá cobertura meteorológica
via satélite. Atualmente, há apenas um equipamento semelhante em Petrolina, no
Sertão pernambucano, mas que trabalha basicamente subsidiando a agricultura,
mostrando os locais onde haverá possibilidade de chuva para haver melhor
distribuição das sementes. Chã Grande foi escolhida para receber os
equipamentos pela posição geográfica e altura. “O radar tem que ter horizonte
livre para pegar informações do mar, que é por onde vem as chuvas. E se tiver
alguma barreira, o sistema fica prejudicado”, explica Asfora.
O
presidente da Apac diz que o radar vem complementar um trabalho de quatro anos,
triplicando as áreas de monitoramento”, lembra Marcelo Asfora.
Do Estação Notícias Fonte: Diário de Pernambuco