Nunca um
chefe de Nação no País, com exceção de Collor, despencou em popularidade numa
velocidade tão impressionante como Dilma. Diferente de Collor, que estava na
metade do seu mandato, a petista tem pouco mais de dois meses de seu segundo
mandato e já está indo para o fundo do poço.
Foi à
corrupção e a roubalheira na Petrobras que arruinaram Dilma de uma hora para
outra? Tenho impressão que não. A roubalheira na estatal e em outros setores do
Governo já estavam presentes no noticiário ao longo da campanha e nos últimos
15 meses e nem por isso o povo deixou de dar a ela um novo mandato.
Os
escândalos, portanto, em nada influenciaram e não vêm surtindo efeito a ponto
de cortar as gorduras da popularidade da presidente. O que provocou a queda
assustadora na imagem dela e do seu Governo foram às decisões que contrariaram
a população, refletindo no bolso do trabalhador.
Dilma
garantiu ao longo da campanha que a inflação estava sob controle e não era
verdade. Garantiu, igualmente, que os juros não subiriam. E subiram. Estufou o
peito e garantiu que não haveria aumento na conta de energia. E houve, em
percentuais muito mais elevados do que se esperava.
Onze dias
depois do segundo turno das eleições, a Petrobras anunciou reajuste de 3% na
gasolina e de 5% no diesel. A Inflação de 2014 fechou em 6,41%. Resultado foi o
maior desde 2011. Dilma fechou o primeiro mandato sem alcançar o centro da meta
do Banco Central. Anúncio de regras mais rígidas para concessão de benefícios
trabalhistas e previdenciários.
Aumentou
ainda os preços da energia elétrica, isso sem falar que a falta de planejamento
e seca nos reservatórios de hidrelétricas ameaçam brasileiros com apagões.
Dilma promoveu, e depois recuou, o veto ao reajuste de 6,5% do Imposto de
Renda. Aumentou de 1,5% para 3% da alíquota do Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF) em empréstimos bancários para pessoas físicas.
Promoveu
o aumento de 9,75% para 11,75% nas alíquotas do PIS/COFINS (imposto sobre
produtos importados); aumento da alíquota de importação de 9,25% para 11,75%;
equiparação da incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI)
sobre cosméticos nos setores atacadista e industrial.
No caso
da Petrobras, a estatal sangrou por meses diante dos desdobramentos da Operação
Lava Jato e da resistência da presidente em mudar a diretoria da estatal.
Pressionada pelo mercado, oposição e aliados, a petista promoveu mudanças,
forçadamente, nomeando Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, para o
comando da companhia.
O
resultado disso tudo, conforme mostrou a pesquisa Datafolha, é o crescente
descontentamento da população com o Governo e, especialmente, com a petista,
que tenta, desesperadamente, reverter essa tendência de queda com um pacote
anticorrupção. Mas se não tomar medidas que repercutam na área social de nada
vai adiantar.
Do
Estação Notícias Fonte: Magno Matrins