segunda-feira, 14 de abril de 2014

PSB anuncia Eduardo Campos e Marina Silva para disputa presidencial

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) anunciou nesta segunda-feira (14), em Brasília, a pré-candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e da ex-senadora Marina Silva para concorrer à Presidência da República nas eleições de outubro. Presidente nacional do PSB, Campos vai encabeçar a chapa, que terá Marina como vice.

A formalização da chapa socialista, com a homologação das indicações, deve ocorrer somente em junho, durante a Convenção Nacional do PSB. O anúncio da chapa nesta segunda foi feito pelo primeiro-secretário nacional do PSB, Carlos Siqueira. 

"As lideranças e os militantes do partido delegaram aos líderes do PSB, Eduardo Campos, e da Rede, Marina Silva, a tarefa de representá-los nesse processo eleitoral como pré-candidatos à Presidência da República [...]. A campanha da chapa se confirmará pela convenção de junho seguirá os seguintes princípios [definidos pelo partido]", disse Siqueira.

O anúncio de que Eduardo Campos vai concorrer à Presidência tendo Marina como candidata a vice não impede que a chapa seja invertida em até 20 dias antes do dia das eleições, 5 de outubro, conforme calendário do Tribunal Superior Eleitoral.

O anúncio oficial da chapa Marina Silva-Eduardo Campos era esperado desde que a ex-senadora se filiou ao PSB, em outubro de 2013. A filiação ocorreu após a Rede Sustentabilidade, partido que Marina tentou fundar, ter o seu registro rejeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral. A Corte considerou não haver comprovação do número mínimo de assinaturas previsto em lei para a fundação de partidos.

Antes de se filiar ao PSB, Marina chegou a receber convites de partidos como PPS e PEN, onde poderia ser lançada como candidata à Presidência da República. No evento que confirmou a filiação de Marina ao PSB, a ex-senadora afirmou que apoiava a candidatura de Campos à Presidência, mas não confirmou se seria vice em uma chapa encabeçada por ele.
Na última pesquisa Datafolha, divulgada em 5 de abril, Eduardo Campos aparecia com 10% das intenções de voto para presidente. Em nenhum dos cenários propostos pela pesquisa o pré-candidato alcança o segundo lugar na disputa com a presidente Dilma Rousseff, que tem mantido a liderança nas pesquisas.

Marina Silva, no entanto, de acordo com a pesquisa, poderia levar a disputa presidencial para o segundo turno, caso fosse lançada para presidente, em um cenário que exclui da disputa os partidos menores. Neste caso, Marina aparece com 27% das intenções de voto, Dilma com 39% e Aécio, pré-candidato do PSDB, com 16%.

Eduardo Campos, que cumpria mandato como governador de Pernambuco, assinou carta de renúncia no último dia 3 para disputar nas eleições presidenciais de 2014. Em seu lugar, aasumiu o então vice-governador, João Lyra Neto. O último dia 4 foi a data limite estabelecida pela Lei Eleitoral para aqueles que se candidatarão a mandato eletivo se desincompatibilizarem de suas funções administrativas.

Alianças regionais

O evento teve a participação de lideranças do PSB e também de outros partidos que podem formar aliança com os socialistas nas eleições. O líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), afirmou a jornalistas que há que 16 unidades da federação onde o PSB e os militantes da Rede Sustentabilidade formaram consenso sobre as candidaturas para governador.


"Estamos fazendo todo o esforço para estarmos juntos com a Rede e partidos como o PPS, que já nos apoia, no maior número possível de estados. Onde não houver, não haverá trauma. Estamos praticamente certos de união em 16 estados, e temos até junho para resolver nos demais. Estamos conversando, mas a única coisa da qual não abrimos mão é do palanque para o Eduardo em todos os estados", disse Albuquerque.

Do G1 Foto: O Globo