Com 15
dias de mandato, o prefeito de Jataúba (Agreste pernambucano), Antônio Cordeiro
do Nascimento (PMDB), já pode enfrentar um pedido de intervenção.
Representantes do Sindicato dos Professores municipais prometem apresentar o
pleito à Promotoria de Justiça da cidade na próxima segunda-feira (21), com
base no atraso de dois meses no pagamento do salário dos docentes.
Segundo
os sindicalistas, a inadimplência referente a novembro e dezembro ocorre mesmo
com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) em caixa.
“O
prefeito propôs que aprovássemos em assembleia a redução dos salários da
categoria e já avisou que vai atrasar os salários de janeiro”, informou ao JC,
nesta terça-feira (15), a presidente do sindicato, Maria de Fátima. Ela disse
que os 119 professores efetivos da rede municipal recebem seus salários desde
agosto por força de uma liminar judicial.
“Entramos
com essa medida porque o antecessor (Carlos Lucinaldo da Silva, aliado do atual
prefeito) começou a atrasar os pagamentos. Somos a única categoria municipal
com salários atrasados”, explicou. Além da Promotoria de Justiça de Jataúba, o
sindicato já informou os atrasos à Procuradoria-Geral de Justiça e ao
Ministério Público Federal (MPF).
O
prefeito Antônio Cordeiro, que administra o município pela quarta vez, informou
que a prefeitura padece com poucos recursos e disse que não teme enfrentar um
eventual pedido de intervenção no início da gestão. Ele queixou-se do Plano de
Cargos e Salários do magistério aprovado na gestão passada e indicou que
município e professores devem procurar um consenso, sem admitir que este
entendimento passe por redução salarial.
“Se a
Justiça decretar uma intervenção, eu estou tranquilo: não criei essa situação”,
advertiu. “Vivemos uma crise na qualidade da educação do município, tanto é que
tem muita gente daqui recorrendo a colégios de cidades vizinhas”, completou.
Prefeito
e professores têm uma reunião amanhã para tratarem do pagamento das remunerações
atrasadas, mas os sindicalistas admitem que será difícil celebrar um acordo.