A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (29), a
Operação Quinta Parcela, que mira suspeitos de estelionato, associação
criminosa e lavagem de dinheiro. De acordo com a polícia, os membros da
quadrilha são suspeitos de fraudes no Auxílio Emergencial.
Em Pernambuco, foram cumpridos cinco mandados de prisão
temporária, 11 mandados de busca e apreensão, além do sequestro e bloqueio de
bens e valores mantidos em contas bancárias de oito pessoas físicas.
Os mandados foram cumpridos simultaneamente nos municípios
de Caruaru, Palmares, Lagoa do Carro e Paudalho. O montante desviado do
programa só em Pernambuco pode passar dos R$ 60 mil, segundo as investigações
iniciais. A Justiça determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 140 mil dos
suspeitos.
Além de Pernambuco, a operação cumpre, ao todo, 37 mandados
de busca e apreensão, cinco mandados de prisão temporária e três mandados de
sequestro de bens nos estados do Pará, Tocantins, Goiás, Rondônia, Mato Grosso
do Sul e São Paulo.
A operação é resultado de uma investigação conjunta da
Estratégia Integrada de Atuação Contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial,
iniciativa que tem a participação Polícia Federal, Ministério Público Federal,
Ministério da Cidadania, Caixa, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e
Tribunal de Contas da União.
Pernambuco
No Estado, as investigações começaram em dezembro de 2020 e foram conduzidas
pela Delegacia de Polícia Federal em Caruaru e pela Delegacia de Repressão a
Crimes Fazendários (Delefaz).
Segundo a PF, a apuração dos desvios começou a partir da
análise de denúncias de fraudes aos auxílios.
A investigação indicou correlações entre registros da Base
Nacional de Fraude contra o Auxílio Emergencial e detectou que pelo menos oito
suspeitos com endereços nos municípios pernambucanos seriam beneficiários de ao
menos 96 contas do auxílio emergencial fraudadas.
Com o dinheiro coletado na fraude, os suspeitos efetuaram
pagamento de 74 boletos bancários e usaram maquinetas de cartão de crédito,
além de realizarem transações por e-commerce.
Segundo a polícia, toda essa movimentação nos benefícios
fraudados ocorreu entre 5 de maio e 3 de junho de 2020. Essa soma supera R$ 60
mil e o valor pode ser maior, uma vez que a investigação continua.
A sequência da investigação busca identificar os demais
membros da organização criminosa, outros benefícios que possam ter sido
cadastrados e sacados de forma fraudulenta, assim como o destino dos valores
desviados e sua recuperação.
A Polícia Federal acrescenta que os membros da quadrilha
podem pegar penas de até 30 anos de reclusão caso sejam condenados pelos crimes
dos quais são investigados.
Do Estação Notícias / Folha de Pernambuco