O Núcleo Urbano do município do Brejo da Madre de Deus foi
tombado pelo Governo de Pernambuco nesta última segunda-feira (12), por meio do
Decreto Nº 50.527, assinado pelo governador Paulo Câmara. O tombamento inclui
edificações como a Igreja de São José, a Igreja de Nossa Senhora do Bom
Conselho, a Casa da Câmara e o Museu Histórico. A ocupação da localidade data
do século 18, pois em 1759 conquistou o credenciamento de Freguesia, passando a
atrair população e negócios e abrigando instituições públicas que atendiam a
demandas não só do Agreste, mas também do Sertão.
Em 1814, a Ouvidoria que funcionava na Vila de Cimbres, em
Pesqueira, transfere-se para o local. A partir de 1825, a população passa a
pressionar as autoridades para que o Brejo se transforme, também, em vila. O
requerimento, no entanto, seria atendido em 1833.
Mais sobre o tombamento
O Decreto Nº 50.527 homologa a Resolução nº 15, de 3 de
outubro de 2019, do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de
Pernambuco (CPPC-PE), que, na ocasião, deliberou pelo tombamento do centro
histórico do Brejo da Madre de Deus por conta do valor histórico, arquitetônico
e ambiental. A nota técnica que deu embasamento para a resolução foi elaborada
pela Gerência de Preservação do Patrimônio Cultural (GPPC) da Fundação do
Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
Todas as diretrizes apresentadas na nota técnica constam do
Plano de Preservação do Centro Histórico do Brejo da Madre de Deus (2010),
também elaborado pela Fundarpe, e que é objeto de recomendação na Resolução nº
15/2019 do CEPPC para que se incorpore ao Plano Diretor do município. O sítio
encontrava-se protegido, em caráter provisório, desde a abertura do processo de
tombamento, em julho de 1985.
De acordo com Neide Fernandes de Souza, gestora da Unidade de
Patrimônio Histórico e Material da GPPC/Fundarpe, o município do Brejo da Madre
de Deus tem as suas ruas, edifícios e tipos populares imersos na história
política e social de Pernambuco. “O resgate de sua memória aporta, enfim e,
sobretudo, um testemunho essencial dos fatos e valores da história interiorana,
indispensável à tentativa de entender o processo de desenvolvimento
pernambucano como um todo", explica Neide Fernandes. Segundo ela, outras
duas cidades estão com processo de tombamento em tramitação: Belém do São
Francisco e Floresta (ambos no Sertão do São Francisco).
Do Estação Notícias / Diário de Pernambuco