Investigação
aponta que valor foi sonegado em 2017 por esquema com empresas fantasmas.
Um esquema que sonegou ao menos R$ 122 milhões em impostos
é alvo da Operação Endosso, desencadeada nesta terça-feira (30) pelo
Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco). Segundo a
delegada Polyanne Farias, o esquema contava com utilização de notas fiscais
fictícias e empresas de fachada.
Até as 12h30, oito dos dez mandados de prisão haviam sido
cumpridos. A ação apura crimes contra a ordem tributária e de falsidade
ideológica. Um dos locais onde foram cumpridos mandados de busca, pela manhã,
foi a fábrica da Pitú, em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco.
A empresa nega ter cometido crimes.
"Em 2017, já se totalizou R$ 122 milhões movimentados
em desvios, em sonegação, por essas empresas laranjas. Nós temos empresas que
não existem, mas que figuram formalmente em transações buscando dar legalidade
a atos que, na verdade, são ilegais, como, por exemplo, as negociações
envolvendo notas fiscais fictícias", disse a delegada.
Cinco empresas são investigadas, além de outras sete que
seriam de fachada. O motivo da busca na fábrica da Pitú não foi esclarecido,
nem se a empresa tem participação no esquema. Um policial militar reformado foi
preso suspeito de ter envolvimento com uma empresa fantasma que prestaria
serviços à Pitú, mas outros detalhes não foram divulgados pela polícia.
Em nota, a Pitú apontou que "está, como sempre esteve,
à disposição para colaborar com o poder público, prestando informações e
documentos que são solicitados, não tendo sido alvo de nenhum mandado de
prisão". A engarrafadora afirmou, ainda, que "tem em sua cultura
empresarial a retidão de comportamento, o respeito às leis e o compromisso de
cumprir todas".
Ao todo, foram emitidos quatro mandados de prisão
preventiva, seis de prisão temporária e nove de busca e apreensão pela 2ª Vara
Criminal da Comarca de Vitória de Santo Antão. Os mandados foram para Recife,
Vitória, Cupira e Ipojuca, em Pernambuco, e Propriá,
em Sergipe.
Cerca de 70 policiais civis, entre delegados, agentes e
escrivães, além de equipes da Sefaz e da Polícia Civil de Sergipe, foram
escalados para o cumprimento dos mandados. A assessoria da Secretaria da Fazenda
de Pernambuco informou que deve se pronunciar na quarta-feira (31), após a
conclusão dos trabalhos, com os resultados da ação.
Do Estação Notícias / G1