Com 50% do mandato concluído, Hilário enfrenta o seu pior momento político
Hilário destacou a queda de receita para o município nos
últimos anos, sobretudo comparando 2016 e 2017, quando a diferença girou em
torno de R$ 12 milhões, segundo ele.
“Na Câmara tinha um orçamento que poderia fazer um
planejamento e ficar totalmente tranquilo no fim do ano. No meio do ano, já
pagava metade do décimo”, fala ao comparar o trabalho, quando presidente da
Câmara e agora prefeito.
Na questão política, falou do vice-prefeito, Josevaldo
Lopes, atualmente rompido politicamente com o gestor. Mesmo com intuito de
disputar reeleição, falou ainda que, ‘caso pesquisas mostrem que o seu nome não
é o preferido do grupo, em 2020, abrirá a vaga para outro nome’.
“Não tenho medo de encarar desafios. Hoje tenho um
horizonte em superar essa crise e trabalhar com menos dificuldades”, falou em
tom esperançoso, para os dois próximos anos.
Com 50% do mandato concluído, avalia que a maior conquista
tenha sido reformas e manutenções em 40 escolas distribuídas em diversas
comunidades. Além disso, afirma que é o ‘prefeito que mais tem trabalhado pelo
distrito de São Domingos’, ressaltando plano de asfaltamento e pavimentação.
Folha estourada – Atualmente, a prefeitura de Brejo
compromete 75% da receita em despesa com pessoal. O prefeito justifica, porém,
que 52% do valor é direcionado a efetivos que não atendem todas as áreas, sendo
preciso contratar os demais. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) pede que o
gasto com funcionários seja de até 54%.
Ele considera que houve ‘convocação a mais de funcionários
em concurso, além da queda de repasses no município’, que agravou a situação.
“Se chegar a 54% (da receita com pessoal), vai fechar
hospital, policlínica, todas as escolas, demitir garis e parar com programas de
assistência social”, afirma.
O prefeito garante, no entanto, que a folha será reduzida
‘onde for possível’, em 2019.
Falta equilíbrio – Para o prefeito, algumas leis e
estatutos no município precisam de atualizações a exemplo do Plano de Cargos e
Carreiras (PCC), Estatuto do Servidor e a Previdência Própria. De acordo com
ele, todos foram criados em ‘realidade diferente’ da que o município se
encontra.
“Se não for visto, o próximo prefeito passará por mais
dificuldades. Mesmo com toda boa vontade, o município ficará em situação
insustentável, um caos”, fala.
Verba – Para tentar sanar problemas, Hilário afirmou
que, entre as ações, será mais rígido na cobrança de impostos, a exemplo do
IPTU. Segundo um levantamento da gestão, apenas 15% está em dia com o tributo.
“Tem devedores que devem mais de R$ 3 milhões. Vamos
reduzir tudo que for possível (folha), mas cobrar quem deve”, falou.
Futuro – Mesmo com as dificuldades, o gestor admite
que tende a disputar a reeleição, por ter sido ‘provocado’. Segundo ele, alguns
o provocaram no início do mandato ao dizer que a ‘cadeira de prefeito, estava
sendo guardada para o retorno de Dr. Edson’. Contudo, Hilário também assegura
que não será empecilho para nenhum aliado, caso seu nome não seja o melhor
avaliado, no fim do mandato.
Rompimento – Ao falar sobre o vice-prefeito, Josevaldo
Lopes, Hilário disse ver como ‘o lado democrático da política’, mas também
deixa sua reclamação. Josevaldo rompeu e, atualmente, faz críticas pesadas à
gestão.
“Ele tem um sonho em ser prefeito de Brejo. Muitas vezes
tem pessoas que não sabem esperar o tempo e tentam antecipar os fatos”, falou.
Do Estação Notícias / Ney Lima / Fotos: Inácio
Júnior.