“É a maldade do mundo. Será que seremos obrigadas a trabalhar no exterior? Não temos espaço no Brasil”, disse uma das netas de Corrêa
O ex-parlamentar Pedro Corrêa, condenado no Mensalão e na Operação Lava
Jato e que cumpre prisão domiciliar no Recife, foi presidente nacional do PP,
partido que controla o terminal do Porto de Suape e suas netas Maria Adelia Corrêa Neuwald, filha de Fábio Correia, Maria Júlia Russo Corrêa, filha de Aline Corrêa e Maria Clarice Corrêa de Oliveira, filha da ex- vice-prefeita do Brejo da Madre de Deus Clarice Corrêa, estavam lotadas nas áreas de
comunicação, projetos de infraestrutura e jurídica de Suape. A exoneração teria
sido feita a pedido da mãe de uma delas, a ex-deputada federal pelo PP de São
Paulo Aline Corrêa.
Na despedida, uma delas afirmou, em contato com a mãe: “É a
maldade do mundo. Será que seremos obrigadas a trabalhar no exterior? Não temos
espaço no Brasil”.
Em outra observação, uma das netas afirmou que o avô está
pagando sua dívida com a sociedade e esteve preso, enfrentando problemas há
quatro anos, sugerindo que não podem pagar pelo parentesco.
O pedido de exoneração foi um dia após a polêmica provocada
pela divulgação do cargo comissionado, na coluna de Cláudio Humberto
publicada na edição desse domingo (2) do Jornal do Commercio.
Em entrevista ao Blog de Jamildo no domingo (2), o
presidente do porto, Carlos Villar, afirmou as funcionárias eram qualificadas
para os cargos e davam expediente normalmente. Ainda de acordo com o presidente
do porto, o parentesco com o ex-presidente do PP nunca o interessou.
“As indicações políticas são feitas, você nomeia desde que
seja correta e que trabalhe. A gente acata. Tem vários outros (indicados
políticos). Tem muita gente comissionada que está de um lado de vários
partidos. Na diretoria de Suape, tem diretores de vários partidos, não é só do
PP, não. Tem do PSB”, disse Villar.
Ligado ao PP, Carlos Villar assumiu Suape em junho,
após uma articulação do governador Paulo Câmara (PSB) para que o partido
permanecesse na coligação que o reelegeu este ano. O presidente estadual da
sigla, o deputado federal Eduardo da Fonte, estava insatisfeito com a ausência
de espaço na chapa majoritária.
Além do porto, foi entregue à legenda a pasta de
Desenvolvimento Econômico, também comandada antes pelo MDB, do vice-governador,
Raul Henry.
Do
Estação Notícias / Blog de Jamildo