O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou que
órgãos responsáveis pela qualidade da água do município de Brejo da Madre de
Deus adotem as ações necessárias para afastar o risco de contaminação e a
ocorrência de novos casos de doenças de veiculação hídrica.
A medida foi tomada após um surto de doenças transmitidas
por água (DTA) ter atingido três doentes na cidade entre os meses de janeiro e
março deste ano. Investigação laboratorial em água destinada ao consumo humano
identificou sete amostras com Escherichia coli, grupo de bactérias responsáveis
por diversos tipos de infecções intestinais.
A Secretaria-Executiva de Vigilância em Saúde do Estado de
Pernambuco, unidade vinculada à Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
(SES), deve adotar uma série de providências como certificar acerca da
procedência do evento, notificar o surto no Centro de Informação em Saúde para
Viajantes (Cives), realizar investigação de campo para identificar a magnitude
da contaminação nas formas de abastecimento de água, mobilizar a área de
atenção básica para realização conjunta de ações de educação em saúde, além de
outras medidas.
Além disso, devem organizar novas coletas nos locais onde
ocorreram o surto, em ponto anterior e posterior à reservação da água, para
identificar a origem, o tamanho da população atingida e as áreas abastecidas.
Ainda assim, a Secretaria de Saúde do Município de Brejo da
Madre de Deus deve adotar medidas como interdição do sistema de abastecimento
que ocasionou o surto; alerta para que os locais que abrigam grupos
populacionais de risco, como hospitais, creches, postos de saúde, Unidades de
Saúde da Família, entre outros, procedam com a limpeza e desinfecção dos seus
reservatórios; encaminhar ao responsável pelo sistema uma solução alternativa
coletiva de abastecimento de água (poço, chafarizes, carro-pipa); proceder, em
conjunto com a SES, a análise microbiológica, pesquisa sobre existência de
vírus ou protozoários; entre outras ações.
A recomendação do MPPE, solicita, ainda, que a Agência
Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) realize monitoramento
sistemático da qualidade da água em locais que albergam grupos populacionais de
risco e de grande circulação de pessoas, elaborando relatórios a serem
encaminhados à promotoria da cidade durante os próximos 12 meses; informar, de
maneira adequada, à população a detecção de qualquer anomalia operacional no
sistema ou não-conformidade na qualidade da água tratada, entre outras medidas.
Os três envolvidos deverão informar ao MPPE se acatarão ou
não as medidas recomendadas, em um prazo de dez dias. Em caso positivo, devem
enviar, no mesmo prazo, documentação comprobatória do seu cumprimento.
Do
Estação Notícias / Ney Lima