sábado, 7 de julho de 2018

Após surto de doenças em Brejo da Madre de Deus, MP recomenda que órgãos responsáveis melhorem a qualidade da água no município


O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou que órgãos responsáveis pela qualidade da água do município de Brejo da Madre de Deus adotem as ações necessárias para afastar o risco de contaminação e a ocorrência de novos casos de doenças de veiculação hídrica.

A medida foi tomada após um surto de doenças transmitidas por água (DTA) ter atingido três doentes na cidade entre os meses de janeiro e março deste ano. Investigação laboratorial em água destinada ao consumo humano identificou sete amostras com Escherichia coli, grupo de bactérias responsáveis por diversos tipos de infecções intestinais.

A Secretaria-Executiva de Vigilância em Saúde do Estado de Pernambuco, unidade vinculada à Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES), deve adotar uma série de providências como certificar acerca da procedência do evento, notificar o surto no Centro de Informação em Saúde para Viajantes (Cives), realizar investigação de campo para identificar a magnitude da contaminação nas formas de abastecimento de água, mobilizar a área de atenção básica para realização conjunta de ações de educação em saúde, além de outras medidas.

Além disso, devem organizar novas coletas nos locais onde ocorreram o surto, em ponto anterior e posterior à reservação da água, para identificar a origem, o tamanho da população atingida e as áreas abastecidas.

Ainda assim, a Secretaria de Saúde do Município de Brejo da Madre de Deus deve adotar medidas como interdição do sistema de abastecimento que ocasionou o surto; alerta para que os locais que abrigam grupos populacionais de risco, como hospitais, creches, postos de saúde, Unidades de Saúde da Família, entre outros, procedam com a limpeza e desinfecção dos seus reservatórios; encaminhar ao responsável pelo sistema uma solução alternativa coletiva de abastecimento de água (poço, chafarizes, carro-pipa); proceder, em conjunto com a SES, a análise microbiológica, pesquisa sobre existência de vírus ou protozoários; entre outras ações.

A recomendação do MPPE, solicita, ainda, que a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) realize monitoramento sistemático da qualidade da água em locais que albergam grupos populacionais de risco e de grande circulação de pessoas, elaborando relatórios a serem encaminhados à promotoria da cidade durante os próximos 12 meses; informar, de maneira adequada, à população a detecção de qualquer anomalia operacional no sistema ou não-conformidade na qualidade da água tratada, entre outras medidas.


Os três envolvidos deverão informar ao MPPE se acatarão ou não as medidas recomendadas, em um prazo de dez dias. Em caso positivo, devem enviar, no mesmo prazo, documentação comprobatória do seu cumprimento.

Do Estação Notícias / Ney Lima