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Em depoimento à Justiça Federal nesta segunda-feira
(24), o operador apontado como “braço direito” de Alberto Youssef, Rafael
Angulo Lopez, afirmou que fez entregas de dinheiro pessoalmente para o
ex-deputado Pedro Corrêia entre os anos de 2007 e 2013. Além de Corrêa,
Lopez relatou ter entregue dinheiro para os filhos Aline Corrêa – também
ex-deputada – e Fábio Corrêa.
Todos são réus em processo oriundo da 11ª fase da
Operação Lava Jato, e devem falar sobre o processo ao juiz Sergio Moro na
quarta-feira (26). Esta fase de interrogatórios precede as diligências
complementares e as alegações finais da acusação e das defesas – último passo
antes da sentença.
Rafael Angulo Lopez, que assinou acordo de delação
premiada, cuidava da contabilidade de Youssef e admitiu que fazia entregas de
dinheiro a pedido do doleiro. No interrogatório, ele afirmou que as entregas
eram feitas tanto nos escritórios de Youssef, quanto pessoalmente, através de
terceiros, ou depósitos fracionados em contas bancárias.
O delator voltou a afirmar que a média de entrega
de dinheiro para Pedro Corrêa era entre R$ 150 e 200 mil por mês. Os repasses
foram feitos mesmo após Corrêa perder o mandato por conta do escândalo do
Mensalão, em 2006, segundo Lopez. O ex-deputado foi condenado a 7 anos e 2
meses por este caso e, antes de ser preso pela Lava Jato, cumpria pena em
regime semiaberto.
No interrogatório, Lopez afirmou que levou dinheiro
para Pedro Corrêa nas residências dele em Brasília e no Recife, mas que ele
também era assíduo no escritório de Alberto Youssef. O doleiro também depôs
nesta segunda, e explicou que não era ele quem dividia o pagamento de propina
aos políticos do PP, mas que cabia a ele apenas a distribuição da porcentagem
que cabia ao partido.
A cúpula, formada por quatro políticos investigados
na Lava Jato, incluindo Pedro Corrêa, era responsável por fazer a distribuição
às pessoas que participavam do esquema. Em relação a Pedro Corrêa, Youssef
disse ter pago cerca de R$ 7,5 milhões ao ex-deputado, para que ele fizesse
campanha em 2010. O doleiro afirmou que em anos de campanha as movimentações
financeiras do esquema eram maiores.
Do
Estação Notícias Fonte: G1