O Conselho
Regional de Medicina (Cremepe) realizou nesta segunda-feira (12) a interdição
ética e sanitária oficial do Hospital Regional Júlio Alves Lira, em Belo
Jardim, no Agreste. A medida é por tempo indeterminado, segundo a assessoria de
imprensa da instituição. Esta comunica que havia quatro pessoas na unidade:
"duas mulheres com quadro infeccioso em cirurgia, que serão transferidas
para hospital que as operou em Vitória de Santo Antão, e dois homens que
receberam alta médica".
Em nota, a assessoria de imprensa da prefeitura
informa que, a partir desta terça-feira (13), o serviço de pronto atendimento
do hospital será realizado na Policlínica Professor Ulisses Lima, localizada na
Avenida Geminiano Maciel. A gestão municipal afirma que ela "foi
inaugurado em 30 de setembro e é de boa qualidade". No entanto, o Cremepe
destaca que o espaço também será fiscalizadado, nesta sexta-feira (16), e só
depois disto terá funcionamento liberado ou não.
Com
as mudanças, as consultas que ocorriam na Policlínica Professor Ulisses Lima
serão transferidas para o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), onde
também funciona o Centro de Orientação e Apoio Sorológico (Coas), localizado na
Rua Padre Pedro Paes, número 64, no Centro. Essas últimas unidades funcionarão
em outro prédio, ainda não informado.
'Extremamente insalubre', afirma Cremepe
Em 2014, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado pela gestão junto ao Ministério Público do estado, comprometendo-se a resolver os problemas apontados pelo Cremepe e outras instituições. "Desde então, várias medidas já foram sanadas, a exemplo da escala de plantão com médicos, enfermeiros, atendentes e todo o corpo clínico necessário, diariamente; disponibilização de materiais e equipamentos e a melhoria da infraestrutura que vem sendo feita", destaca a assessoria da prefeitura. E também ressalta a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), anexa ao hospital, e a reforma do hospital.
Presidente do Cremepe, o médico Silvio Rodrigues
refuta este comunicado no sábado (10), afirmando que grandes melhorias não
ocorreram. "O relatório da Apevisa [Agência Pernambucana de Vigilância
Sanitária] diz que não reverteu nada. Aliás, quando melhora alguma coisa, outra
deixa a desejar. A unidade é extremamente insalubre, principalmente a
estrutura. Estamos levando em consideração o relatório da Apevisa e o do Corpo
de Bombeiros", diz Rodrigues. Desta forma, para o Cremepe, os
profissionais não têm condições éticas para atuar.
Nas
condições em que funcionava, a unidade estaria expondo pacientes a atividades
que causariam risco de morte, conforme a Resolução de nº 1/2015 do Cremepe. A
constatação ocorreu em várias fiscalizações - em janeiro, maio, outubro e
dezembro do ano passado. O Conselho determinou a interdição ética do Hospital
Regional Júlio Alves Lira na terça (6) e a medida foi publicana no Diário
Oficial do Estado de Pernambuco na sexta-feira (9). Este periódico registra que
a medida deve durar "até que sejam sanadas todas as deficiências físicas e
de pessoal do estabelecimento que foram apresentadas no relatório de
fiscalização".
Do
Estação Notícias Fonte: G1