Um clima de
perplexidade tomou conta do mundo político em Brasília com a nova etapa da
Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Parlamentares da base aliada estão
preocupados com o que consideram um avanço rápido das investigações em cima dos
corruptores – os executivos de grandes empreiteiras.
No Palácio do
Planalto o ambiente é de preocupação. Apesar da ressalva de assessores do
governo de que pessoalmente a presidente Dilma Rousseff está blindada, há o
reconhecimento interno de que o aprofundamento das investigações vai criar uma
crise política sem precedentes, além de fragilizar a imagem da Petrobras, a
maior estatal do país.
Um integrante do
governo reconhece, porém, que apesar da blindagem de Dilma, a gestão da
estatal durante o período do governo Lula já está atingida. Assessores mais
próximos da presidente já defendem internamente que é preciso fazer um discurso
preventivo para mostrar que Dilma iniciou mudanças na estatal, com demissão dos
ex-diretores. E que, por isso, é preciso estabelecer uma separação entre as
administrações da Petrobras no período Lula e no período Dilma.
Se aliados estão em
pânico, no PT a situação consegue ser pior, com a prisão do ex-diretor da
Petrobras Renato Duque, ligado diretamente ao partido. Quando foi nomeado para
a Diretoria de Serviços da estatal, em 2004, o padrinho político dele era
conhecido por todos no Palácio do Planalto: o ex-chefe da Casa Civil, José
Dirceu, que depois foi condenado no processo do mensalão.
O dúvida no PT é
sobre a capacidade de resistência de Duque dentro da prisão. No partido, todos
citam que a resistência do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foi
enorme. Mas que fragilizado psicologicamente depois de meses de prisão num
regime rígido, acabou entregando todo mundo. O mesmo aconteceu com o doleiro
Alberto Youssef.
Do Estação Notícias Fonte: Magno Martins