O governador de Pernambuco. Eduardo Campos, informou
em nota divulgada no começo da noite desta quinta-feira (19), que aceita o
pedido de exoneração de Wilson Damázio, até então titular da Secretaria de
Defesa Social.
Segundo o documento, o pedido "foi apresentado
depois que declarações a ele [Damázio] atribuídas em reportagem do Jornal do
Commercio motivaram críticas e cobranças". A decisão foi tomada após
reunião entre o governador e o ex-secretário, durante a tarde.
Na nota, Eduardo Campos informou que o delegado
federal Alessandro Carvalho, que era secretário-executivo de Defesa Social,
assume interinamente a pasta. O governador afirmou, ainda, "que o Pacto
pela Vida seguirá seu desenvolvimento pautado em valores, como política de
estado que é, acima de pessoas e acima de governos".
Damázio estava no cargo deste abril de 2010. Nesta quinta, ele colocou o cargo à disposição, em resposta à polêmica criada no
Recife após as declarações em uma entrevista ao Jornal do Commercio, publicada
também nesta quinta. A reportagem faz parte de uma série, realizada pela
jornalista Fabiana Moraes e publicada ao longo desta semana. Os textos
mostraram, a partir do mote dos 80 anos do livro "Casa Grande e
Senzala", de Gilberto Freyre, que o abuso de jovens negras e pobres no
Recife continua até hoje. Entre os assuntos abordados, havia denúncias sobre
estupros cometido por policiais militares.
Entre os trechos da reportagem, Damázio diz que
"desvio de conduta a gente tem em todo lugar. Tem na casa da gente, tem
irmão que é homossexual, tem outro que é ladrão, entendeu? Lógico que
homossexualidade não quer dizer bandidagem, mas foge ao comportamento da
família tradicional. Então, em todo lugar tem alguma coisa errada..."
Em outro ponto da entrevista, o secretário de
Defesa Social diz que "aqui tem muitos problemas com mulheres,
principalmente... Elas às vezes até se acham porque estão com policial. O
policial exerce um fascínio no dito sexo frágil... Eu não sei por que é que
mulher gosta tanto de farda. Todo policial militar mais antigo tem duas
famílias, tem uma amante, duas. Eu sou policial federal, feio pra c**... a
gente ia para Floresta [Sertão de Pernambuco], para esses lugares. Quando
chegávamos lá, colocávamos o colete, as meninas ficavam tudo sassaricadas. Às
vezes tinham namorado, às vezes eram mulheres casadas. Pra ela é o máximo tá
dando pra um policial. Dentro da viatura, então, o fetiche vai lá em cima, é
coisa de doido."
Na carta divulgada nesta tarde, o secretário diz
que as declarações "não constituem meu pensamento nem minha visão do
mundo, razão pela qual repilo os termos e peço desculpas a todos aqueles que
porventura tenham se sentido ofendidos". Damázio afirma também que "a
entrevista que embasou a reportagem foi interrompida em vários momentos, como a
própria autora relata, permitindo o desenvolvimento, nesses intervalos, de
conversações informais, em tom de brincadeira e termos que, reconheço, foram
inapropriados e inadequados".
Veja, abaixo, a íntegra da nota divulgada pelo
secretário de Defesa Social:
"Eu, Wilson Damázio, Secretário de Defesa
Social, com relação às declarações a mim atribuídas em reportagem do caderno
Cidades do Jornal do Commercio de hoje, dirijo-me à sociedade pernambucana para
declarar que as mesmas não constituem meu pensamento nem minha visão do mundo,
razão pela qual repilo os termos e peço desculpas a todos aqueles que
porventura tenham se sentido ofendidos.
Esclareço ainda que a entrevista que embasou a reportagem foi interrompida em vários momentos, como a própria autora relata, permitindo o desenvolvimento, nesses intervalos, de conversações informais, em tom de brincadeira e termos que, reconheço, foram inapropriados e inadequados.
Reafirmo, por fim, que se as palavras, como é fato, não representam minhas ideias nem minha história de vida, muito menos ainda, podem ser confundidas com as políticas desenvolvidas pelo Governo do Estado que vem revolucionando a Segurança Pública no Brasil com transparências, práticas cidadãs além de total e absoluta intolerância com qualquer conduta contrária aos direitos humanos, à liberdade de expressão e à proteção dos direitos individuais da pessoa humana.
Para proteger o governo e o seu legado, informo que já coloquei o cargo à disposição do governador Eduardo Campos".
Esclareço ainda que a entrevista que embasou a reportagem foi interrompida em vários momentos, como a própria autora relata, permitindo o desenvolvimento, nesses intervalos, de conversações informais, em tom de brincadeira e termos que, reconheço, foram inapropriados e inadequados.
Reafirmo, por fim, que se as palavras, como é fato, não representam minhas ideias nem minha história de vida, muito menos ainda, podem ser confundidas com as políticas desenvolvidas pelo Governo do Estado que vem revolucionando a Segurança Pública no Brasil com transparências, práticas cidadãs além de total e absoluta intolerância com qualquer conduta contrária aos direitos humanos, à liberdade de expressão e à proteção dos direitos individuais da pessoa humana.
Para proteger o governo e o seu legado, informo que já coloquei o cargo à disposição do governador Eduardo Campos".
Do G1 PE